Mentes Abertas

Mente Aberta

Jorge Linhaça

Algumas expressões se tornam tão corriqueiras que seu significado acaba por tornar-se obscuro e o senso comum lhes agrega uma série de contextos que não existiam no seu nascimento.

“Manter a mente aberta” significa estar disposto a analisar, compreender e avaliar novas formas de pensamento e comportamento diferentes das usuais.No entanto não significa que devamos necessariamente aceitar todas as mudanças comportamentais que ocorrem em nossa sociedade.

Claro que cada qual tem seu livre arbítrio para fazer suas escolhas, no entanto, a deturpação do sentido de “manter a mente aberta”, leva muitos a crer que para ser uma pessoa “antenada” , “sociável” ou “ politicamente correta” é preciso aceitar todo tipo de licenciosidade ou maus costumes. Não é por se procurar conhecer os efeitos causados pelas drogas nas pessoas que devemos concordar com o seu uso.

Da mesma maneira, e desculpem-me por abordar um tema tão polêmico, não é por respeitarmos a opção sexual de cada pessoa que devemos passar a considerar corretos os seus comportamentos. Uma coisa é conhecer e respeitar, outra é compactuar com bandeiras sem o menor sentido em nome de uma “modernidade”.

Não importa o quanto um par homossexual seja amoroso, afetivo ou mesmo fiel entre si, ainda que a ciência tenha avançado na fertilização “in vitro” ou que exista a possibilidade de “barrigas de aluguel” ou inseminação artificial, jamais haverá uma laço genético, ou “de sangue” entre o filho e ambos os pais ou mães.

Isso, é claro, não impede que uma criança seja criada com amor por um casal homoafetivo e muito menos significa que essa criança deva ser discriminada socialmente. Ao mesmo tempo que não nos obriga a aceitar como “normal” esse padrão de família.

Geralmente as pessoas que pregam a necessidade de uma “mente aberta”, o fazem visando apenas e tão somente defender o seu próprio ponto de vista e mantém sua própria mente fechada para qualquer posição ou argumento contrário ao seu modo de pensar.

Manter a “mente aberta” não significa aceitar que qualquer coisa nos seja imposta , nem implica na necessidade de tudo aceitarmos. Como já dizia o apóstolo Paulo, devemos examinar tudo e reter para nós apenas aquilo que houver de bom em cada coisa examinada.Abrir a mente, não significa deixa-la escancarada e sem vigilância, é necessário filtrar todas as informações sem deixar-se influenciar pelo alarido dos que nos querem impor suas novidades.

Afinal, assim como o homem pensa isso ele é (ou torna-se).Devemos ainda ter em mente sobre que classe de homens deveremos ser , nossos pensamentos determinarão nosso caráter e, as coisas que permitimos adentrar nossa mente e ali permanecer , definirão que classe de homens nos tornaremos.

Salvador,30 de julho de 2013