Simão Bar Jonas nunca foi Papa

Mateus 16. 13-21; Marcos 8.27-33; Lucas 9.18-22; João 6.66-69

pr. Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira

Florianópolis, Santa Catarina, 17.03.2021

Introdução aos fatos

Aníbal Pereira dos Reis

01. Aníbal Pereira dos Reis (1924-1991) nasceu num lar de imigrantes italianos profundamente católicos, e foi criado cultivando rigorosos princípios desse sistema religioso, tendo seus ouvidos, desde a infância, doutrinados ao som da voz de sua avó materna, que costumava entoar o hino de louvor ao papa – Il dolce Christo in terra (O doce Cristo na terra).

02. Tempos depois, no seminário católico, costumava cantar o hino marcial, “Viva o Papa”, com seus confrades marianos, todas as vezes que se desfraldava a bandeira alvi-ouro nas procissões, até que, no dia 8 de dezembro de 1949, foi ordenado sacerdote romano na cidade de Montes Claros, estado de Minas Gerais.

03. Mesmo depois de quase duas décadas em atividades religiosas, não desfrutava de segurança espiritual, e o vazio da alma o angustiava intensamente. E foi embalado nesse sentimento tristonho, que tomou o exemplar de uma Bíblia Sagrada, no mês de maio de 1961, em busca de alívio para o vácuo existencial que o incomodava.

04. Em seu doloroso processo de conversão, que ocorreu com a sistemática leitura do Texto Sagrado, foi assaltado por um enxame de dúvidas, vacilações, incertezas e conflitos de ideias, sempre que, em suas atividades sacerdotais, celebrava uma missa, distribuía comunhão, rezava o breviário, promovia novenas e dava a benção sacerdotal, pois, tais serviços conflitavam com a mensagem bíblica que palmilhava.

05. Assim, em sua busca pela Verdade, lia, examinava, estudava, anotava, confrontava textos, esquadrinhava versículos e investigava o Texto Sagrado, exatamente, para encontrar respaldo para o rosário de dogmas romanos que cultivou no seminário. Dessa maneira, buscava encontrar apoio bíblico para o culto às imagens de escultura, para o purgatório e para tantas outras doutrinas criadas pela mente humana; e, como não encontrava aquilo que almejava, queimava o Exemplar Sagrado.

06. O arcebispo romano chegou a queimar 18 Bíblias, no período de maio a novembro desse ano de 1961. O líder religioso achava que as chamas seriam o lenitivo que carecia para aliviar os conflitos cruéis que o atormentava. Finalmente, após muitas batalhas travadas, caiu por terra o enorme cabedal de dogmas alicerçados na autoridade papal, que, de décadas o acompanhava. Porém, ao se deixar acalentar pelo poder da Palavra Sagrada, o arcebispo aceitou a Verdade, deixou a batina e, tempos depois, foi ordenado pastor batista.

Interpretação dos fatos

Simão Bar Jonas nunca foi papa

01. O então arcebispo Aníbal observou que, por ocasião do Concílio Vaticano I, o qual se processou de dezembro de 1869 a dezembro de 1870, ficou definido que Jesus Cristo atribuiu ao apóstolo Pedro o primado de jurisdição sobre a Igreja Católica Apostólica Romana; e, na qualidade de sucessor de Pedro, o sumo pontífice, dito infalível, no exercício de supremo monarca, compete exercer os poderes legislativo, judiciário, coercitivo e magistério dos povos.

02. Esse primado fraudulento foi confirmado, ratificado e reafirmado pelo Concílio Vaticano II, realizado em 1964, porque, segundo a doutrina vaticana, se Cristo conferiu a Pedro a primazia de jurisdição sobre a Igreja Católica, a perpetuidade dessa primazia entende-se também a seus sucessores. Isso dito, o fermento dogmático romano passou a solidificar a estrutura monárquica vaticana com a primazia jurisdicional, na pessoa de Pedro, o pescador intempestivo da Galileia.

03. Inserido no primado de honra, o direito honorífico concede ao pontífice romano a posição de ocupar o primeiro lugar à mesa, como o de dirigir ou manter em ordem um negócio ou uma reunião. Então, revestido de poder que lhe concede a constituição vaticana, na suposta condição de sucessor de Pedro, o primado de jurisdição coloca o pontífice na investidura de soberano.

04. Esse recurso de primazia ocorria nos dias do Império Romano, quando cônsules e procônsules se postavam subservientes ao César dominante. Em suma, os bispos, na condição de delegados do pontífice, têm suas decisões submetidas ao reitor supremo, e essa jurisdição outorga-lhe absoluto poder sobre o rebanho de crédulos, independente da decisão que bispos e fiéis possam tomar. No suposto poder de primazia jurisdicional, por ocasião de um evento no edifício sede do Concílio Mundial de Igrejas, o então pontífice, Paulo VI, apresentou-se a seus pares ecumênicos com a expressão: “aqui está Pedro”.

05. Essa primazia outorgada a Pedro, pelo Vaticano, não resiste à Verdade, quando colocada à luz das Sagradas Escrituras, justamente, por estar deslocada de seu contexto, e assim arranha princípios da Hermenêutica Sagrada, como aos ensinos da metáfora, da alegoria e de parábolas, elementos abundantes no texto bíblico. E o ex-arcebispo romano, Aníbal, fez uso desses elementos para apontar a interpretação errônea que a teologia vaticana propagou, ao tentar colocar na mente do povo a doutrina que Pedro é o sucessor de Cristo, o que não deixa de ser uma blasfêmia à divindade, e assim continua enganando a seus crédulos.

06. Quando o senhor Jesus Cristo declarou ser “o pão da vida” (João 6.48), apesar de pão e Cristo constituírem seres distintos, se faz presente uma distinção ontológica, entretanto, existe uma semelhança de relações, devido à analogia presente na metáfora, e esta enobrece o entendimento. De maneira que, temos no texto citado um elemento real e um figurado, sendo termos relativos, e no qual o pão tipifica Cristo, e este é um antítipo da metáfora que se faz presente. Entre pão e Cristo existem analogias e semelhanças proporcionais.

07. Todavia, teólogos romanistas querem, nas duas metáforas contidas no Evangelho de Mateus (Mateus 16.18-19), cujos tipos são Petra e Chaves, fincar a base do primado de Pedro. Na passagem bíblica, Petra é um tipo de Cristo, não de Pedro, como deseja a teologia romana, ao se apoiar na Tradição e no Magistério Eclesiástico, os quais são tomados como Fonte de Revelação, e os consideram mais claros e completos que as Sagradas Escrituras. Só que essa Fonte de Revelação jorra águas salobras que não saciam a Sede de Verdade do povo esclarecido. (p.43-45)

08. Em algum sítio da cidade de Cesareia de Filipe, situada na região governada por Herodes Filipe, o Rabi da Galileia se fez acompanhar de seu grupo restrito de 12 discípulos, para um retiro espiritual de 6 meses, fixando acampamento ao sopé do suntuoso Monte Hermom, situado na fronteira com a Fenícia, e os preparou para levar avante a mensagem do Evangelho, após sua partida terrena. Nessa ocasião, Cristo e Pedro mantiveram um diálogo, e este tem sido o Nó Górdio do Clero Romano.

09. O Mestre e seus discípulos se acamparam numa região de fontes de águas que abastecem o Rio Jordão. Edificada em honra ao imperador romano Tibério César, a cidade de Cesareia de Filipe é o nome do antigo lugarejo chamado Paneias, designação de uma famosa gruta existente nas cercanias, na qual Pan, o deus grego dos rebanhos, era reverenciado por aquela antiga comunidade.

10. O Novo Testamento emprega a figura Lavoura de Deus (I Coríntios 3.9), Corpo de Cristo (Romanos 12.5), Edifício de Deus (I Coríntios 3.9), Templo de Deus, e Pedra Principal de Esquina (I Pedro 2.6), como metáforas, todas, tipificando Cristo; isso, para mostrar ao mundo que seus seguidores são o Corpo da Edificação, cujo sólido fundamento é a Pedra de Esquina, Ele, o Messias prometido pelas Escrituras.

11. E foi movido pelo ódio de não ter encontrado nos trechos sagrados o sólido fundamento para apoiar os pesados dogmas, nos quais foi doutrinado, que o ex-arcebispo Aníbal queimou muitos exemplares do Livro dos Livros. Mas, apesar das chamas devorarem os textos, ainda permanecia incrustrada em sua mente a tal soberania jurisdicional do pontífice romano. Em suas intensivas investigações ao Antigo Testamento, teve a sólida observação de que a pedra era usada como símbolo do Eterno, e que, no Novo Testamento, ela é usada como símbolo para a pessoa de Jesus de Nazaré. A partir dessa compreensão metafórica, a passagem bíblica de Mateus estraçalhou a intensa inquietação que satanizava a mente do arcebispo, o Nó Górdio que precisava ser desatado, e sem o auxílio da espada de Alexandre da Macedônia para cortá-lo.

12. Antes, encamisado numa situação vexatória, recorria à exegese literal e fazia uso do texto grego, aquele no qual foi escrito o Novo Testamento, desejoso de conseguir a fiel radiografia do diálogo travado entre Cristo e Pedro, para assim ter a devida especificação da Petra mencionada. Sustentado em sua fidelidade ao pontífice romano, o suposto sucessor de Pedro, isso o incomodava, e não saía de sua mente confusa.

13. A exegese literal, à qual se abraçou, o levou a observar que os vocábulos gregos, Petra e Petros, os quais aparecem no texto mateano mencionado, são palavras semelhantes, porém, de significados distintamente diferentes.

14. O texto bíblico, escrito no idioma grego, é bem específico para distinguir Petros e Petra: “Apokritheis de Simon Petros eipen su ei o Christos o Uios tou Theou tou zontos. Apokritheis de o Iesous eipen auto makarios ei, Simon Bariona, oti sares kai alma ouk apekalupsen sol all’o Pater mou o en tois, ouranois. Kago de soi lego oti su ei Petros, kai epi taute te Petra oikodomeso mou ten ekklesian, kai pulai aidou ou katischusousin autes”.

15. Em suma, o ex-arcebispo distinguiu perfeitamente que Petros é nome próprio do gênero masculino, e tem o significado de pedaço de rocha, pedregulho, pedaço de pedra, pedrisco, seixo, e que esse é o teor da mensagem que Cristo expressou, ao se referir a Pedro, o Petros do diálogo. Isso dito, Petra é substantivo comum do gênero feminino, e, diferente de Petros, expressa rocha sólida, a metáfora usada para se referir a si mesmo, a gigantesca montanha rochosa, o sólido fundamento sobre o qual o Embaixador Divino edificou sua obra majestosa. Cristo é Petra, e Pedro é Petros, este, o fundamento de adobe sobre o qual se assenta a teologia vaticana do sucessor de Pedro, o Petros latino do Clero romano.

16. Em seu dicionário, John Groves, mencionou o ex-arcebispo, Petros é pedra, pedaço de pedra, fragmento de rocha, e Petra é rocha, grande pedra, massa de pedra. Na Ilíada, Homero emprega o vocábulo Petros como pedras pequenas, avulsas. Citando o Antigo Testamento de Áquila, versão grega, Petra é citada como rocha, em Horebe (Êxodo 17.6); penha, no Sinai (Êxodo 33.32); rocha de Etã (Juízes 15.11); e Penha de Rimom (Juízes 21.13).

17. Enfim, em momento algum o vocábulo Petra, quer no Antigo Testamento (AT), quer no Novo Testamento (NT), tem sido empregado como nome-símbolo para Jeová (AT) e para Cristo (NT). Esses registros foram mencionados pelo profeta Samuel (II Samuel 22.2), pelo apóstolo Paulo (I Coríntios 10.4), e pelo apóstolo Pedro (I Pedro 2.8). De forma que, ao acrescentar o sobrenome Pedro, a Simão Bar Jonas, o senhor Jesus, jamais, concedeu-lhe o título divino de Jeová (Petra), como o usurpa a teologia vaticana.

18. No diálogo mantido em Cesareia de Filipe, o discípulo Simão Bar Jonas recebeu o sobrenome Petros, e passou a ser conhecido como Simão Pedro (ou Simão Petros), e nunca o vocábulo Petra, que é um título da soberania divina, e que não pode ser usurpado por ser humano algum, sob pena de ser tomado como réu. Pedro é seixo, pedrisco, pó de brita, ser humano.

19. Se Cristo desejasse honrar seu discípulo irrequieto com o título divino de Petra, como assim desejam ardorosos teólogos papais, o texto bíblico citado por Mateus teria a seguinte redação literal: “Tu és Pedro e sobre este Pedro edificarei a Minha Igreja”.

20. E é Pedro quem registra ser o Messias aquele que possui o título divino Petra, a Pedra de Esquina que foi rejeitada pelo Clero, a instituição religiosa que ama edificar o fundamento de seus templos religiosos sobre areia movediça, e desprovido de qualquer sustentação bíblica (I Pedro 2.4-5). De maneira que os doutores da teologia vaticana se encontram engasgados com o Petros que engoliram, mas se recusam vomitar o câncer teológico que contraíram, para que, assim, aos olhos da História, possam receber a cura para a enfermidade que os condenará à eternidade, pelo fato de lançarem mão de um título, exclusivo, da soberania divina.

21. O então arcebispo romano buscava nos Compêndios de Teologia encontrar embasamento para destruir quaisquer argumentos contrários à exegese da teologia vaticana, enquanto recorria a penitências e rezas variadas. Mas, sua fé, fincada no suposto sucessor de Pedro, cambaleava como bêbado, ao compreender que o vocábulo Petra é uma metáfora que enfatiza Cristo, o inabalável fundamento de seu rebanho sagrado. E, apesar de estar iluminado pelos raios da Verdade bíblica, não conseguia entender como Cristo, o fundador da Igreja, podia ao mesmo tempo ser o fundamento da obra que criou, e isso o encabulava, e voltava a regorgitar que Pedro era a Petra verdadeira.

22. Então, mergulhando ainda mais profundamente nas águas purificadas dos Escritos Sagrados, passou a enxergar com olhos de águia, várias superposições de imagens contidas nos Evangelhos. No Evangelho de João (João 10.7), observou que a linguagem metafórica contida num estilo de figuras literárias, e na qual Cristo se compara à Porta, Ele é ao mesmo tempo o Bom Pastor das ovelhas. Esse elemento figurado foi o Eureca do empuxo hidráulico de Arquimedes, e lhe alargou a visão dos fatos.

23. Aprisionado a uma gaiola de dúvidas, viajou para receber a iluminação do monge chefe do Mosteiro de São Bento, em São Paulo, e este o aconselhou a se agarrar ao rosário de Nossa Senhora, por essa santa de barro ser “o martelo das heresias”, como também total submissão às determinações da Santa Igreja, mas sua temperatura mental aumentava.

24. O Concílio de Trento (1545 a 1563) definiu que o conjunto de dogmas referentes à fé e à moral, ao qual denominou Tradição, foi oralmente transmitido por Deus à Santa Igreja, e que essas doutrinas não constam nas Sagradas Escrituras. Assim, no bojo da Tradição, foram enxertados os dogmas da perpétua virgindade de Maria, os sete sacramentos, o batismo infantil por aspersão, o purgatório, a ascensão corporal de Maria, dentre tantas outras heresias, e estes deixaram o então arcebispo prisioneiro a um denso cipoal, ao confrontar a Tradição papal com o Texto Sagrado.

25. O arcebispo Kenrich, de Saint Luiz, nos Estados Unidos da América, vasculhou a obra de Jaime Paulo Migne, Patrologiae Cursus Completus, composta de 379 volumes, a respeito da posição de teólogos, do passado, quanto à interpretação de Mateus 16.18, e registrou que somente 77 deles se manifestaram sobre o caso. Desse total, cerca de 44 reconheceram a fé confessora de Pedro ser a rocha, 16 definiram que Cristo é a rocha, e 17 defenderam que Pedro é a rocha da igreja.

26. Ardoroso no combate ao protestantismo, o célebre bispo alemão, Doelinger, nos dias finais de sua existência, reagiu contrariamente à tese de primazia jurisdicional e de infalibilidade papal. Por ocasião do Concílio Vaticano I, o Papa Pio IX (1846-1878) o excomungou.

27. Enquanto isso, o teólogo João Crisóstomo (349-407), em sua Homília LIV sobre o texto mateano mencionado, enfatizou que o senhor Jesus Cristo não edificou sua igreja sobre Pedro, mas sobre si mesmo, posição que teve o apoio do bispo romano Felix III, Gregório I, Cirilo de Alexandria e tantos outros.

28. No início da Era Cristã, os engenheiros não conheciam a utilização do aço e do concreto armado em construções, de maneira que era costume fazer o uso de gigantescos blocos monolíticos de rocha, de elevada resistência, nos cantos da edificação, como ao longo de seu perímetro, de forma espaçada. Esse foi, durante séculos, o tipo de fundamento usado. E, fazendo uso da analogia, Petra tipifica a pessoa de Cristo, o gigantesco bloco de rocha monolítico, usado como fundamento da edificação de sua obra terrena, por ser elemento de elevadíssima resistência contra as Portas do Inferno.

29. Agostinho de Hipona, um dos antigos teólogos, em seu Comentário Sobre o Evangelho Segundo João, mencionou que Cristo é a Petra sobre a qual a igreja foi edificada, ao enfatizar que “toda a sorte de provações, semelhantes aos aguaceiros, às inundações, às tempestades, não cessam de assaltar a igreja universal, sem jamais a destruírem, porque ela está fundada sobre a Pedra. Daí Pedro derivou o seu nome; pois, não é da palavra Pedro que se deriva a palavra pedra, mas, ao contrário, da palavra pedra é que se deriva o nome de Pedro, assim como o nome de Cristo não se deriva da palavra cristão, mas, ao contrário, cristão vem de Cristo”.

30. Se navegarmos nas águas cristalinas do Livro Sagrado, não iremos encontrar patriarcas, juízes, reis, profetas ou ser humano algum como tipo de Petra. O profeta Isaías, ministro de Estado do rei Uzias, registrou que o Messias era a Pedra de Esquina (Isaías 28.16), e o apóstolo Pedro, aquele sobre o qual a teologia vaticana assentou seu fundamento, foi enfático ao registrar que Cristo é a Petra sobre a qual a igreja foi assentada (I Pedro 2.4-5, 7-8). E o apóstolo Paulo dá o retoque final, ao declarar que ser humano ou angelical algum, pode assentar outro fundamento, além daquele que já foi assentado por Cristo (I Coríntios 3.11).

31. Como não há outra Petra, além de Cristo, qualquer instituição religiosa que cravar suas fundações sobre outrem, estará erguendo sua edificação sobre areia movediça, porque somente Cristo é o rochedo sólido que devemos assentar o fundamento de nossa edificação moral e espiritual (Isaías 44.8). Como é de conhecimento geral, a segurança de uma construção é testada pela solidez de sua fundação; assim, Cristo é o alicerce sólido sobre o qual foi assentado os profetas do Antigo Testamento, como os apóstolos do Novo Testamento, conforme atestam as Sagradas Escrituras (Efésios 2.20-22).

Antônio Conselheiro refutou a Pedro como Petra

01. Pintado pela pena do militar e escrito carioca, Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, como um monstro fanático, Antônio Conselheiro, que falava e escrevia corretamente o idioma Latim, é o nome do famoso líder religioso do agreste baiano, que, de Bíblia aberta na mão enrijecida pelos calos das lides diárias, doutrinou seu reduto de 30 mil caatingueiros, ensinando-lhes princípios éticos, morais, espirituais e comportamentais.

02. O monstro euclidiano foi o infatigável comandante revolucionário que ergueu edificações comunitárias ao longo do Sertão Nordestino, e que, anos depois, foi transformado pela leitura sistemática do Texto Sagrado que chegou a suas mãos, pouco antes de sua partida terrena.

03. Segundo o presbiteriano Oswaldo Profeta, membro da equipe de pilotos particulares do presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, documentos e sermões do comandante do reduto sertanejo de Canudos, encravado no Sertão Baiano, se encontram preservados na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, Universidade Federal de São Paulo, além de Institutos Geográficos e Históricos do Rio de Janeiro e de São Paulo, os quais atestam que Antônio Conselheiro não foi um monstro, mas um autodidata, cujas prédicas contêm elementos perfeitos de Exegese e de Homilética bíblica.

04. Nesses seus escritos, Conselheiro fez citações em Latim em seus sermões, porque o dominava perfeitamente. Ele deixou registros manuscritos de mais de seis centenas de sermões, e porções deles o presbítero Profeta registrou em uma de suas obras literárias.

05. Examinando detalhadamente o conteúdo bíblico, Conselheiro se apaixonou pela mensagem de que a salvação é mediante a graça, conforme o Sermão nº 494, e que o senhor Jesus Cristo é o único mediador entre a Criatura e o Criador. Segundo Conselheiro, Jesus Cristo é o verdadeiro fundador da Igreja, e não São Pedro. Essa sua afirmativa consta do Sermão nº 435, no qual o líder sertanejo faz a citação em Latim: “Tu es Petrus et super hana petram edificado Ecclesiam Meam, et porta infere nom prevalebunt adversus eam” . No Sermão nº 603, enfatiza que o fundador da Igreja é Jesus Cristo, não São Pedro, nem ser humano algum .

Simão Bar Jonas nunca foi claviculário

01. Tido pelo teologia vaticana como o sucessor de Pedro, o sumo pontífice romano, elevado ao grau de claviculário, goza de poder episcopal, imediato, universal, soberano e pleno, por estar investido da função obrigatória de primazia, prioridade, supremacia jurisdicional e preeminência absoluta, valores que agrega para desempenhar o pastoreio do rebanho de fiéis, e assim procede por interpretar erroneamente o texto mateano sobre as chaves do reino dos céus (Mateus 16.19), o qual deve ser observado à luz da Hermenêutica Sagrada.

02. A interpretação errônea de Petra e das Chaves conduziu teólogos romanos a delegar a Simão Bar Jonas o privilégio de fundamento da igreja, primazia jurisdicional e receptáculo das Chaves do Reino dos Céus, e estas encontram-se estampadas como emblema da bandeira do pontificado católico. Assim, na condição de claviculário, o Filho de João goza de poder para ligar e desligar qualquer coisa, tanto no Céu como na Terra, mas não tem respaldo bíblico algum.

03. Segundo o pastor Aníbal, em sua Concordância dos Santos Evangelhos, o arcebispo romano Duarte Leopoldo e Silva cita que, sem a direta intervenção de Pedro, “ninguém poderá salvar-se”; fato que caracteriza aberração bíblica. Conta-se que tem sido um costume entre povos semitas o símbolo das chaves e do ligar e desligar. No Oriente Médio é normal encontrar pessoas conduzindo um par de enormes chaves penduradas sobre os dois lados dos ombros, isso, para caracterizar demonstração máscula de autoridade sobre suas famílias.

04. Ao atleta vencedor dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga, como ao conquistador militar do passado, as chaves da cidade lhes eram entregues, como também ao Rei Momo de nossos dias. Então, ao se entregar as chaves de uma casa, cidade ou algo semelhante, basta um documento assinado pelas partes para outorgar a alguém poder supremo sobre esse bem. E como reza o Vaticano, a Pedro e a seus sucessores foi delegada essa procuração.

05. Escritores bíblicos registraram que as Chaves do Reino dos Céus encontram-se com Cristo, nunca com Pedro. O profeta Isaías usou uma mensagem metafórica para registrar que a Chave da Casa de Davi está com o Eterno (Isaías 22.22), e o autor do livro do Apocalipse enfatiza que as Chaves, utensílios usados para abrir e fechar o acesso ao Reino do Céu, encontram-se sob a soberania do Eterno (Apocalipse 3.7), apesar da teologia romana ensinar que essa soberania é pedrina.

06. Apesar de Cristo se encontrar à direita do Eterno, as Chaves da suprema autoridade divina continuam em suas mãos, e Ele permanece presente e ativo no meio da igreja que deixou cuidando dos negócios de seu reino. Metaforicamente pincelada nos textos dos Evangelhos, as Chaves são a mensagem do Evangelho, o poderoso dunamis megaton que abre as portas enrijecidas do coração humano decaído da graça divina. Nos dias do Antigo Testamento, as Chaves do Reino dos Céus foram entregues a fariseus, escribas e doutores da Lei Mosaica, mas eles falharam no exercício de suas atividades de ensinar ao povo as coisas referentes à vida eterna. E ao falharem, as Chaves foram entregues a todo aquele que levar avante a obra criada por Jesus de Nazaré.

07. Divinamente encarregados de ensinar os oráculos contidos nos Textos Sagrados, esses antigos religiosos judaicos adulteraram a mensagem revelada, devido a seu apego à Tradição, e foram recriminados pelo Messias, que os chamou de insensatos e cegos (Mateus 23.17). E assim como procederam esses antigos líderes religiosos judaicos, a dogmática vaticana também recorre à Tradição de seus Concílios, criada por mente humana, e leva o rebanho a se apartar da Verdade, a velha desconhecida de Pôncio Pilatos e de Voltaire.

08. Criada por Cristo, e à qual entregou as Chaves do Reino dos Céus, a igreja é uma comunidade de fiéis afinados aos Textos Sagrados, e não um sistema hierárquico instalado dentro de quatro paredes. E ao sacar as Chaves das mãos dos doutores da lei, entregando-as a seus seguidores, estes foram credenciados a levar avante os ensinos contidos nas Escrituras Sagradas, a fonte cristalina que mata a fome de verdade, que sacia a sede de justiça, e que refrigera as dores de nossas agonias.

09. Com efeito, por ocasião do seminário teológico que o Enviado ministrou a seu grupo seleto de seguidores acampados no espaço rural da Cesareia de Filipe, e que durou 6 meses, a esse grupo foi delegado o privilégio de levar avante as Chaves que abrem as portas do Reino dos Céus a todos os povos, tanto de judeus como de gentios. Cristo é o dono das Chaves, e estas são delegadas a todos seus seguidores, e sem primazia jurisdicional alguma.

10. E esse fato evidente se fez presente por ocasião do dia da Festa de Pentecostes, que anualmente ocorria em Jerusalém, quando o apóstolo Pedro fez uso das Chaves do Reino, e a porta do coração de seres humanos de quase três mil judeus se abriram, ao aceitarem a mensagem do Evangelho (Atos 2.14-41). Enquanto isso, o evangelista Filipe fez uso das Chaves para abrir a porta do coração de muitos gentios em Samaria, como a porta do coração de um etíope, ministro de Estado da rainha Candace, um país africano (Atos 8.5-40).

11. Ainda, um grupo de discípulos chegou a Antioquia, na Síria, e as Chaves do Evangelho explodiram as portas do coração de muitos gentios (Atos 11.19-21). E até nossos dias, apesar de toda uma imposição religiosa ou política, as Chaves entregues naquele seminário teológico continuam explodindo a porta do coração estrangulada pelo vazio da alma sedenta de Verdade. Em suma, Pedro nunca teve a primazia de ser o Claviculário sobre o qual o Mestre depositou as Chaves da Eternidade.

Simão Bar Jonas nunca mudou de nome

01. Assim como o Rabi da Galileia não entregou a seu discípulo a primazia das Chaves do Reino dos Céus, nem a Primazia Jurisdicional sobre seu rebanho, também, não lhe mudou o nome, como defendem advogados de causa perdida; apenas, acrescentou-lhe o sobrenome Bar Jonas, que significa Filho de João (João 1.42), nome pelo qual passou a ser conhecido (Lucas 6.14), tanto, que seu Mestre continuou a chamar-lhe de Simão (Marcos 14.37). E até mesmo o próprio seguidor, ao escrever sua Segunda Epístola, identifica-se como Simão Pedro (II Pedro 1.1).

02. Contudo, para acariciar as entranhas da teologia clerical, o Vaticano agarra-se a uma falsa mudança de nome do Filho de João, e nessa tese sem argumento, os papas mudam de nome, toda vez que desponta fumaça branca sobre o telhado da Basílica de São Pedro, em Roma. E tem mais: todo documento que assina tem inserido seu novo nome.

03. Alimentado por essa aberração Hermenêutica, no dia 13 de março de 2013, depois de fumaça branca escapar pela chaminé romana, coube ao cardeal francês Jean-Louis Tauran comunicar ao mundo o nome do comunista arcebispo buenairense Jorge Mario Bergoglio como o novo papa. O jesuíta argentino de 76 anos, escolhido para suceder o papa Bento XVI, tornou-se o primeiro latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o cargo máximo da Igreja Católica, e teve seu nome mudado para Papa Francisco, a velha técnica vaticana de tentar impregnar na mente humana a falsa tese de que Pedro teve seu nome mudado, ao ser designado sucessor de Cristo.

Simão Bar Jonas nunca esteve em Roma

01. Por três vezes o apóstolo Pedro foi preso por haver levado as Chaves do Evangelho a seu povo em Jerusalém. Na primeira vez, foi preso junto com seu colega de ofício João (Atos 3.1; 4.1-3); na segunda, foi preso com um grupo de evangelistas (Atos 5.17-18); e numa terceira, foi preso com seu colega Tiago, o irmão de João (Atos 12). Nessa ocasião, um anjo foi enviado para libertá-lo das grades, enquanto Tiago foi executado por ordens do rei Herodes Agripa I, e este havia criado a sociedade secreta A Força Misteriosa, justamente, para dar cabo à obra criada pelo Messias, ao qual o monarca o taxou de Impostor.

02. Após deixar a prisão, o registro bíblico, escrito 30 anos depois, quando já o monarca havia falecido, diz que o apóstolo se refugiou em algum local secreto, não mencionado, para escapar das garras da Maçonaria herodiana e do Sinédrio judaico. No livro Atos dos Apóstolos, o historiador Lucas nada menciona a respeito do paradeiro do rude pescador afoito, a não ser num rápido lampejo para mostrá-lo presente ao Concílio de Jerusalém, realizado no ano 50, o qual foi presidido por Tiago, irmão do Rabi da Galileia (Atos 15.7).

03. Com efeito, os registros bíblicos nada falam sobre a ida de Pedro a Roma, onde atuou como sumo pontífice, como alimentam autoridades do Vaticano. Quanto ao apóstolo Paulo de Tarso, sim, este esteve algumas vezes na capital imperial, oportunidades nas quais fez uso das Chaves da Eternidade para abrir a porta do coração de livres e escravos. E, nos vários livros sagrados que escreveu, o Apóstolo dos Gentios não mencionou, uma única vez, a presença do discípulo Pedro, seu colega de ministério, em Roma.

04. O Clero Romano alega que Pedro dirigiu a igreja de Roma, entretanto, em nenhuma das duas epístolas que escreveu, o apóstolo fez referência de haver estado nessa cidade, nem de ter fundado a igreja mencionada. Agora, o apóstolo Paulo, por ter levado as Chaves do Arrependimento a esse povo esmagado pela elite dominante, fundou a igreja local, e ao rebanho que agrupou, dirigiu a Carta aos Romanos, e nada menciona da suposta estada de Pedro nessas paragens imperiais, e isso é fato que não se pode contestar.

05. O professor de História Eclesiástica, do então arcebispo Aníbal Pereira, costumava ensinar a seus alunos de seminário romano, que após deixar a prisão, o apóstolo Pedro seguiu para Roma, onde permaneceu do ano 42 a 49, e nessa ocasião fundou a igreja local, e da qual foi seu bispo. Depois, retornou a Israel, presidiu o Concílio de Jerusalém e seguiu para Antioquia, onde permaneceu durante 7 anos no cargo de bispo. No ano 56 seguiu novamente para Roma, onde escreveu suas epístolas, e em junho de 67 foi crucificado sobre o Monte Vaticano, de cabeça para baixo.

Alegando estar apoiado nos pilares da Tradição e da História, em sua obra Cours d’Apologetique Chretienne, o jesuíta W. Devivier enfatiza que o apóstolo Pedro residiu e faleceu em Roma, como cedeu a sede de sua igreja a seus sucessores.

06. Contudo, muitos outros teólogos romanos não apoiaram a afirmação desse jesuíta. Lorenzo Turrado, professor de Novo Testamento na Universidade Pontifícia de Salamanca, na Espanha, declarou não ter resposta segura sobre quem fundou a Igreja de Roma, e que não há informações garantidas sobre a estada e morte de Pedro nessa cidade. Também, em seu Compêndio de História Eclesiástica, o sacerdote alemão F. X. Funk se declarou coberto de incertezas a respeito do local para onde o apóstolo se dirigiu após deixar a prisão herodiana. Ainda, o frade Dagoberto Romag, autor do Compêndio da História da Igreja, editado em 1939, declarou que as notícias sobre Pedro, após deixar a última prisão, são totalmente escassas, porque o livro de Atos dos Apóstolos nada menciona a seu respeito.

07. Até a Arqueologia depõe contra a tentativa vaticana de situar o apóstolo na capital imperial, e de destacá-lo como o fundador da igreja dessa cidade. Segundo a Tradição romana, Pedro foi crucificado na arena do Circo de Nero, sepultado num cemitério da vizinhança, local onde também seus sucessores foram enterrados, e no século III seus restos mortais foram transportados para as catacumbas de São Sebastião, na Via Ápia. E, desse local, foram mais uma vez transferidos para grutas vaticanas, no Século VI.

08. Assim, iluminado pelos raios da Tradição romana, o túmulo do apóstolo foi posto numa gruta das instalações da Brasília de São Pedro, construída em 1630, e com 216 metros de comprimento, 137 metros de largura e 138 metros de altura, e esse registro sempre foi defendido pelo Vaticano. E apesar da ameaça de severos castigos para quem ousasse perturbar “o sono dos ossos” de São Pedro, ocorreram tentativas de se efetuar pesquisas arqueológicas debaixo do Altar da Confissão desse templo religioso, o suposto local onde repousa os restos do guardador das Chaves do Reino dos Céus.

09. Finalmente, em 1939, o Papa Pio XII (1939-1958) nomeou a Comissão de Arqueologia Sagrada, tendo o Monsenhor Kaas como relator. Todos seus componentes foram obrigados, por juramento, a não revelar o resultado das pesquisas, enquanto o Papa não desse a devida autorização. Com isso, as escavações chegaram à Basílica que havia sido anteriormente erguida pelo imperador Constantino, e a pá do arqueólogo encontrou uma enorme quantidade de moedas antigas, datadas dos primeiros séculos da Era Cristã, e cunhadas por vários países. Com esses achados, os pesquisadores ficaram entusiasmados em encontrar o túmulo de Pedro nas proximidades do Circo de Nero.

10. Como um raio fulminante, os achados arqueológicos foram publicados pelo Ilustred London News, de 7 de setembro de 1946, todavia, com o tempo e o avançar das escavações, os devotos do Vaticano ficaram desapontados com a notícia de que a Basílica de Constantino não havia sido edificada sobre o terreno onde havia funcionado o Circo de Nero e de Calígula. Nenhum vestígio arqueológico foi encontrado do Circo nem da Via Cornélia debaixo desse templo religioso.

11. Na edição de 27 de março de 1950, a revista Life publicou uma reportagem com Monsenhor Kaas, mas nenhuma evidência dos restos do apóstolo foi apresentada. Em 20 de dezembro de 1951, foi a vez da revista Time apresentar uma fantástica exibição pirotécnica, ao publicar a matéria de que havia evidência “cientificamente incontestável”, mas prova alguma foi apresentada.

12. Por sua vez, o periódico Plain Dealer, da cidade de Cleveland, de 21 de dezembro desse ano, publicou artigo enfatizando que os peregrinos, ao visitarem as grutas mortuárias da Basílica, poderiam estar a uma distância de 3 metros do local onde São Pedro havia sido sepultado; todavia, destacou que não poderiam avistar seu túmulo, porque este não existia.

12. A pirotecnia publicitária voltou novamente à baila, em 24 de novembro de 1952, com a Time veiculando matéria que em breve iria surgir a evidência arqueológica do sepultamento de São Pedro, mas até nossos dias, prova alguma foi apresentada.

13. Médico, filósofo, evangelista e companheiro do apóstolo Paulo, como historiador bíblico, o grego Lucas nada menciona em seus escritos a respeito da presença física do apóstolo Pedro em Roma, como advogam os doutores de causas perdidas.

14. O historiador romano Seutonius Tranquilus, biógrafo de Cláudio César, registrou que o imperador expulsou todos os judeus de Ruma, e o decreto vigorou de 41 a 54. Esse registro foi também confirmado pelo escritor bíblico Lucas, em sua obra literária Atos dos Apóstolos (Atos 18.1-2). No ano 55, Paulo encontrou-se com Pedro na cidade de Antioquia (Gálatas 2.11); entre os anos de 56 e 58, estando na cidade grega de Corinto, por ocasião de sua Segunda Viagem Missionária, o apóstolo Paulo escreveu sua Epístola aos Romanos, dirigida aos membros da igreja estabelecida na cidade de Roma, e o nome de Pedro sequer é citado; descrevendo a chegada de Paulo a Roma, no ano 60, em sua primeira prisão por autoridades imperiais, o historiador Lucas registrou que membros da igreja local foram a seu encontro na Praça Ápia e Três Vendas, mas o nome de Pedro não consta em seu registro.

15. O apóstolo Paulo permaneceu 2 anos detido em prisão domiciliar, local para onde convergiram os fiéis, mas nenhuma citação de Pedro é registrada (Atos 28.11-31). Por ocasião de sua segunda prisão na capital imperial, de 66 a 67, Paulo escreveu sua Segunda Epístola a Timóteo, seu companheiro de viagens missionárias, e total ausência do nome de Pedro em sua obra, mas é citado o nome de líderes locais, como Êubulo, Pudente, Lino, Cláudia, dentre outros (II Timóteo 4.21). Também, da prisão em Roma, em seus escritos a Filemon e à Igreja de Colossos, o Apóstolo dos Gentios cita nomes de companheiros de fé que o visitaram, mas o nome de Pedro não é citado (Colossenses 4.7-18; Filemon 23-24). Na Primeira Epístola Universal do apóstolo Pedro, escrita no ano de 45, estando na cidade de Babilônia com seu companheiro de viagem Marcos, seu amanuense, o discípulo da Galileia não faz referência alguma de sua estada em Roma, como desejam teólogos papais.

16. Sacerdote católico e diretor do Seminário Maior de Grenoble, Rivaux, em seu Tratado de História Eclesiástica, observou que o pontífice Pedro não teria ido a Roma por causa do Edito do imperador Cláudio contra os judeus que viviam na cidade, e da qual foram expulsos.

Simão Bar Jonas nunca foi Vigário de Cristo

01. De Fundamento da Igreja, Claviculário das Chaves, Primazia Jurisdicional e Mudança de Nome, os teólogos fizeram do apóstolo Pedro, Vigário de Cristo, e assim usurparam a função do Espírito Santo. Oriundo do vocábulo latino vicarius, vigário tem o significado de “fazer a vez de outrem, substituir e ocupar o lugar de outrem”, diz o pastor batista Aníbal Pereira dos Reis.

02. Pouco antes de sua partida terrena, o Messias havia deixado com seus discípulos a promessa da vinda de um substituto, o Consolador, conforme registrou o apóstolo João, o filho de Zebedeu (João 14.16-18; 15.26). E, na condição de Vigário de Cristo, o Consolador permaneceria com o rebanho até a consumação dos séculos (Mateus 28.20), ensinaria os conversos a cultivar uma existência de fidelidade (João 16.13), impulsionaria os fiéis a levar avante a mensagem convencedora do Evangelho (João 16.7-11), capacitaria o rebanho a crescer espiritualmente (Romanos 8.14-16), e que o protegeria de seus adversários de tocaia (Romanos 8.26).

03. Então, desde o derramar do Espírito Santo, por ocasião da Festa de Pentecostes, o Vigário de Cristo passou a comandar o rebanho humano, em sua atividade de evangelizar todos os cantões do planeta (Mateus 28.19-20). E sob a direção segura do Consolador, vários foram os evangelistas que partiram divulgando a mensagem do Evangelho por onde passaram. O evangelista Filipe pregou aos habitantes da cidade de Samaria (Atos 8.5-13), sendo que, depois, a liderança da Igreja Apostólica, em Jerusalém, enviou Pedro e João para ajudar a Filipe a alcançar os demais samaritanos (Atos 8.14). E isso ocorreu, porque o Vigário de Cristo é o Espirito Santo, que é infalível, e não Pedro, que é um ser falível.

04. E por causa da falsa teologia de primazia, concedida ao apóstolo Pedro, natural de Betsaida, região da Galileia, e posteriormente estendida a pontífices romanos, ditos seus sucessores, milhões de seres humanos, por pensarem diferente de teólogos do Vaticano, foram exterminados por pseudos Vigários de Cristo. A matança estendeu-se a valdenses, llolardos, hussitas, huguenotes, anglicanos, luteranos e congregacionais, dentre outros.

Conclusão dos fatos

01. Simão Bar Jonas, o mesmo que Simão Filho de Jonas, é o nome do apóstolo Pedro, este, um nome grego que corresponde ao português Pedra, ao aramaico Cefas, e ao judeu Simão. De gênero masculino, Simão Pedro é um nome hebraico, composto por dois nomes comuns: Simão (hebraico) e Pedro (grego), e tem o significado de obediente.

02. O vocábulo igreja vem do grego ekklesia e do hebraico qahal, e significa uma congregação, uma assembleia, uma reunião, uma ágora grega. O Senhor Jesus de Nazaré não organizou uma igreja, no sentido de uma instituição jurídica, mas um grupo de seguidores que continuassem levando avante a mensagem do Evangelho após sua partida terrena (Mateus 28.16-20).

03. As Chaves do Reino não constituem um objeto físico, como, por exemplo, uma chave de abrir uma porta, mas tem o significado figurado de autoridade divina, e esta foi concedida a Pedro (Mateus 16.19), a seu grupo seleto de discípulos (Mateus 18.18), como a todo aquele que aceita a Jesus de Nazaré como seu único senhor e salvador (Mateus 28.18-20). Essa autoridade é concedida ao seguidor do Nazareno, para que este opere milagres, curas, libertação de endemoninhados, como autoridade para ligar pessoas ao Evangelho e desligar a todo que se apartar da verdade.

Doutrinas eternas

Em montagem, ainda não revisado nem publicado.

RNF Cerqueira
Enviado por RNF Cerqueira em 26/09/2013
Reeditado em 20/03/2021
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