O SENTIDO DA VIDA

O SENTIDO DA VIDA

Jorge Linhaça

Arandú, 20/07/2005

Busco o sentido da vida no botão da rosa que vejo no jardim,

Percebo-o fechado esperando o dia certo para florescer.

Lembro-me de quando criança tentar abrir um botão semelhante.

Que estrago absurdo eu causei com minha tentativa de apressar a natureza:

As pétalas se rompiam estraçalhadas em meus dedos ansiosos.

A beleza do botão corrompida pela minha insanidade.

Uma flor bela perdida por um arroubo juvenil sem nexo.

Imagino as almas dos homens como botão de uma rosa.

Cada qual com seu tempo certo para desabrochar.

E nós com a nossa pressa sem sentido desejando apressa-lo.

Apressamos a compreensão das coisas, tentamos mesmo apressar o amor.

Queremos nos fazer senhores dos sentimentos e da vida.

Transformamos o que seriam lindas rosas em pétalas destroçadas.

Pregamos aos quatro ventos a nossa individualidade.

Mas queremos massificar a forma de amar do outros.

Quantas guerras não seriam facilmente evitadas.

Quantas angústias não nos seriam poupadas.

Se apenas e tão somente deixássemos as rosas desabrocharem.

Quantas vidas não seriam muito mais perfumadas e belas.

Quantos amores não floresceriam em todo esplendor.

Se apenas e tão somente compreendêssemos na alma.

Que o desabrochar da vida, tem tempo certo... Como a flor.