Comentário da Liturgia do Domingo 
                 Festa de Pentecostes

      (Atos 2,1-11; Sl 103; iCor12,3b-7.12-13; João 20,19-23). 


     Os discípulos amedrontados se encontravam reunidos, às escondidas. Tinham, humanamente falando, motivos de sobra para isto.Junto a eles, em oração, se encontrava Maria, a mãe de Jesus, e as outras mulheres que  acompanhavam Jesus.Os chefes dos sacerdotes e o judeus fanáticos que condenaram Jesus a morte de cruz, já haviam espalhado boatos que os discípulos foram á noite e retiraram o corpo de Jesus, enquanto os soldados dormiam.Que fariam eles contra os discípulos se os encontrassem? Apesar de terem ouvido todo ensinamento o Mestre por 3 anos ainda ao haviam recebido o batismo do fogo, portanto não tinham a luz, a fortaleza, a sabedoria, o discernimento, enfim os dons do Espírito Santo. 
     Jesus ao entrar naquele recinto desejou-lhes a paz e os absolveu dos pecados. Eles de fato estavam perturbados e com remorsos por terem abandonado o Mestre; necessitavam de paz e especialmente da paz de consciência e também de perdão por não terem tido fé. Mais ainda: soprou sobre eles o seu Espírito Santo recordando a criação do homem e a ressurreição dos mortos e lhes deu o poder de perdoar pecados. A partir daí eles se tornaram seus ministros. Perdoariam em nome de Jesus Cristo e teriam o poder de transmitir a todos os seus sucessores este sinal, isto é: este sacramento.Hoje os bispos e sacerdotes, legítimos sucessores dos apóstolos perdoam pecados dos penitentes, em nome de Jesus, assistidos pelo próprio Jesus que prometeu naquele momento”Estarei com vocês todos os dias até o fim do mundo”. 
     O Espírito Santo que nos unge hoje é o mesmo que naquele dia deu àqueles homens medrosos e ignorantes a graça de se tornarem valentes e sábios e abrirem as portas para falar aos povos de várias nações tudo o que eles necessitavam conhecer sobre Jesus Cristo Vivo e Ressuscitado. Se todos ouviram em sua língua é porque o amor é a língua universal e Deus Pai se revelou para todos os povos na pessoa do seu Filho Jesus. O Espírito Santo é único, mas distribui entre nós, membros do corpo místico de Jesus, dons e ministérios diferentes para que agindo na diversidade cheguemos à unidade tão desejada por Deus Pai. 
     Fomos batizados, temos o Espírito Santo em nós, mas muitas vezes sufocado por nossas falhas, nossos pecados. Nem sempre desejamos ser perdoados, preferimos que nossos pecados sejam retidos. E por isto o Espírito Santo não pode agir em nós e não fazemos uso dos dons com os quais fomos agraciados para o nosso bem, honra e glória do Reino de Deus.
     Renunciemos, irmãos e irmãs, a tudo que não vem de Deus, libertemo-nos da influência das obras do mundo, do inimigo, assumamos a nossa missão de batizados dentro da nossa paróquia nos engajando numa pastoral , associação ou movimento e cumpramos a nossa ação de membro do corpo místico de Cristo. Ninguém é capaz de realizar a minha função dentro da Igreja, pois cada membro tem sua função específica para o funcionamento do corpo. 
     Louvemos e agradeçamos ao Senhor pelo cumprimento da promessa, pelo outro Páraclito, pelo consolador, pelo advogado que Ele nos concede em Pentecostes. Agradeçamos também pela vida daquela que se fez serva para que o Plano do Pai se tornasse realidade em nossas vidas, Maria Santíssima. 



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