Paz que devemos propiciar.

Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; (Rom 12:18). Neste versículo vemos o apóstolo Paulo ensinar aos romanos e a nós algo sobre o dever do Cristão em propiciar a paz. A tendência, quando se cita ou aplica este versículo, é salientar sua primeira porção, condicional: “se possível”, levando-nos a entender que nem sempre é possível ter paz com outrem. E fazemos isto na maioria das vezes esquecendo-se do restante do versículo. E na contraparte outros se aferram à segunda porção do versículo, que diz: “quanto depender de vós”. E aqui as pessoas pensam em casos supostos em que fizeram todo o possível para preservar a paz, sendo outrem o culpado pelo fato que houve conflito, ou pela harmonia que foi rompida. E ainda existe uma terceira parte que nem leva em conta este versículo. Mas a bem da verdade é que este versículo é para ser observado em sua íntegra e jamais deveria ser ignorado. Porque a amplitude deste versículo na vida do Cristão deve ir muito além das paredes de uma igreja.

Sob condições de agitação e de comoção, as pessoas se tornam irritadas e propensas a reação adversas, ou de uma reação belicosa, e isso destrói a possibilidade da harmonia. Sob tais circunstâncias é difícil, tanto para a igreja como corpo de Cristo, como para o Cristão individual manter as funções espirituais necessárias que assegurem a busca contínua e eficaz pela compaixão. O pior é que existem pessoas que nasceram extremamente combativas e belicosas, e que preferem a controvérsia à calma, a batalha ao cessar fogo. Algumas dessas pessoas se tornaram líderes de igrejas ou mesmo de denominações, as quais imaginam que estão lutando em favor da causa Cristã, como se sua atitude pugnaz pudesse redundar em vitórias diversas, olhando com estranheza para qualquer pessoa que não compartilhe de suas atitudes, como se os pacíficos não estivessem cumprindo suas obrigações cristãs.

E estes se põe buscar falhas ou os defeitos alheios, imaginando que estão lutando pela fé, quando na realidade, com frequência estão esquecendo que está maneira de agir destrói a fé daquele que é novo na fé. E sem fazer uso auto-observação não entendem que estão se deleitando nos conflitos. É só olharmos para história da igreja e veremos quantas divisões isto já causou. E quantas pessoas deixaram a fé por causa das atitudes de tais pessoas. E para que não incorramos no mesmo erro devemos ter sempre em mente o que o Senhor Jesus ensinou: Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. (Mat 5:9). E também devemos lembrar do que está escrito no livro dos provérbios: Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina: (Pr 6:16). E a sétima fala justamente sobre aquele que não se empenha na paz: o que semeia contendas entre irmãos. (Prv 6:19). Porque aquele que tem a contenda na alma jamais conseguirá ter paz com outrem, e sempre estará e meio a disputas em torno do nada. Aqui o apóstolo nos ensina que mesmo que o irmão venha nos ofender ou alguém no mundo venha fazê-lo, devemos primar pela paz, porque a paz sempre deve depender do Cristão, a paz sempre deve partir de nós e que jamais devemos esperar que o outro seja perfeito na paz.

John Knox diz algo sobre isso e se faz verdadeiro: “O crente não deve ultrajar gratuitamente as convicções e os padrões alheios sinceramente mantidos. De fato, ele deve, até onde depende de sua pessoa, viver em paz com todos. Isso significa não somente que o crente deve fazer o máximo ao seu alcance para evitar despertar o ressentimento ou a ira de quem quer que seja, mas igualmente não deve irar-se por sua vez, mesmo quando lhe seja impossível não causar ofensa”. Ou seja, devemos fazer tudo que podemos e até mesmo o que não podemos para propiciar a paz, porque fazer o que podemos é fácil, o que se torna grandioso fazemos o que já está além do que podemos. Porque a paz não vem somente pelo esforço, mas sim do super, esforço. E mais em um coração pugnaz não reside o amor: “O amor não procura os seus interesses”.(1Cor.13:5), isto é, o amor não é uma emoção egoísta; muito pelo contrário o amor propicia a eliminação do egoísmo, e onde mora o amor não há espaço para conflitos. E aqui entendemos que o Cristão vive para propiciar a paz mesmo que isso lhe custe abnegar-se porque ao limpamos o nosso coração de sentimentos belicosos e pugnazes liberamos espaço para que o fruto do Espirito nasça em nós (Gál. 5:22). Que o amor de Cristo seja sempre a mola propulsora de nossos atos.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 24/10/2015
Reeditado em 24/10/2015
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