21 de janeiro, Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

Estamos caminhando a passos lentos rumo ao respeito e à dignidade humana, mas estamos. Mesmo diante dos abusos em nome da fé, a esperança se refaz. Ao notarmos a indiferença, a rejeição e o desprezo de pessoas que se dizem adeptas fiéis de suas convicções religiosas, observamos também um ser pobre e ignorante que jamais entendeu ou entendeu errado o sentido de sua própria crença. Nenhuma religião ensina a odiar, antes aponta o caminho que direciona ao sagrado, sentido procurado para toda a existência. Tanto nos altares como nos terreiros o amor e a vida brotam e enaltecem a vida. A distância entre as expressões poderia ser sanada pelo bom senso e o respeito à escolha do outro.

A data criada em 2007 lembra o dia do falecimento da Iyalorixá Mãe Gilda, do terreiro Axé Abassá de Ogum (BA) no ano 2.000, vítima da intolerância, reflete também sobre o estrago que a violência em nome da fé pode causar. É grande ainda a luta dos que se sentem humilhados e ameaçados pela história que carregam. A cultura do ódio promove a morte e retira a beleza que cada povo construiu.

Por amar e respeitar tanto a minha religião consigo respeitar e admirar todas as outras. Elas são riquezas culturais que me mostram como os olhares encantados pela vida nos complementam.