Testemunho Hospitalar

Depois de termos passado vinte dias dentro de um hospital, como acompanhantes de nossa avó Maria de Lurdes Neves, que esteve internada no setor de ortopedia, aprendemos várias lições que, cremos nós, podem edificar a vida de muitas pessoas e, por isso, gostaríamos de compartilhá-las neste espaço. Aprendemos que, quando falamos em hospital, muitas pessoas fazem cara feia, outras dizem que não se sentem bem lá dentro, e algumas até chamam de “malucos” os que são voluntários nos hospitais pois acham que estes trabalham a “troco de nada.” Mas o que acontece na verdade, é que quem está ali dia e noite, tentando fazer algo para ao menos suavizar a dor daqueles doentes, recebe uma recompensa muito melhor do que dinheiro. (certa vez uma senhora me disse que eu era um anjo que Deus enviou para ajudar as pessoas daquela enfermaria). Dar um banho, trocar a fralda, dar remédio... ou simplesmente dar um pouco de água e comida, fazer companhia e dizer um simples “estou aqui” como uma palavra de conforto. Dar amor, o sentimento em extinção nos dias de hoje, “o amor ao próximo.” Quando um paciente diz: Obrigada por me ajudar, sabemos que é de coração e isso não há dinheiro que pague. Porque quando vemos pessoas sofrendo e morrendo aprendemos que não somos nada, nosso corpo é carne e carne apodrece. (Depois de termos ajudado uma senhora por vários dias, a vimos morrer por não resistir a um pneumonia). Problemas, todos nós temos, embora alguns doem mais do que outros. Aprendemos que dependemos uns dos outros porque hoje são eles, amanhã quem sabe se não seremos nós? E aí percebemos o verdadeiro valor da vida e passamos a dar mais valor às pessoas do que às “coisas”. Num mundo onde a busca de poder e fama e os bens materiais estão em primeiro lugar e também onde os compromissos do dia a dia afastam as pessoas umas das outras, precisamos viver situações que desviem o nosso olhar do próprio umbigo e o volte para o nosso próximo. Quando olhamos para os problemas dos outros de uma maneira positiva nossas tribulações parecem menores do que são. Afinal de contas, não somos as únicas pessoas com problemas no mundo e nem sempre estes são maiores que os dos outros. Nem todos tem o mesmo Dom, se o seu Dom não é o de ajudar doentes, fique atento, porque todos os dias Deus te dará oportunidades de amar seu próximo e expressar este amor, porque é isto que ele deseja de nós. Se não for num hospital será em outro lugar e em outras situações, o importante é amar, amar para crescer. “E sobre tudo isso, revesti-vos de caridade, que é o vinculo da perfeição”. Cl 3:14 Elaine e Priscila Neves

Elaine Monte
Enviado por Elaine Monte em 11/10/2007
Código do texto: T689396