AVIVAMENTO NOS DIAS DOS JUÍZES – DÉBORA

PREÂMBULO

Queridos, ao falar dos dias dos juízes voltamos sempre às mesmas questões. O povo de Israel pecou novamente, Deus os sujeitou às consequências de seus atos, eram sempre os mesmos. Ou se aliavam aos povos pagãos, ou esqueciam do Senhor no tempo da benção, isto tudo só resultava na idolatria e extravio completo. Esta é a última lição sobre aquele período, e hoje eu quero iniciar mostrando na palavra alguns pontos do porquê das coisas se darem daquela maneira nos dias de Débora – período dos juízes. Fiquem até o finalzinho, Deus falará ao seu coração.

Estamos aqui hoje estudando avivamento nos dias dos juízes – Débora – e, portanto, estaremos revendo os fatos por outra ótica. Uma das coisas que já chamo atenção aqui para a lição do capítulo 4 do livro dos juízes, é que no início fala-se de Eúde. Este foi um juiz canhoto que o Senhor levantou para salvar Israel das mãos de Eglon, rei de Moabe (Jz 3). Mas note que a Bíblia vai dizer que depois dele foi Sangar, filho de Anate (Jz 3. 31). Logo não dá para se saber ao certo se Débora vem depois de Eúde ou Sangar. O que eu sugiro é o seguinte. Com base nos inimigos que enfrentaram, Débora e Sangar foram contemporâneos. Enquanto Sangar enfrenta os filisteus no lado do ocidental de Canaã, a questão de Débora será com Jabim, rei de Canaã. Possivelmente ele não devia ser filisteu, se fosse seria especificado como foi com relação aos inimigos que enfrentou Sangar (Juízes 3. 31). Sempre os filisteus são distinguidos dos cananeus na Bíblia.

Os filhos de Israel tiveram que habitar na terra prometida juntos aos cananeus. Nos dias de Josué, os filhos de José foram reclamar mais terras para suas famílias. Eles falam de um povo que habitava no vale, falaram também que este povo tinham carros de ferro.

“Então disseram os filhos de José: As montanhas não nos bastariam; também CARROS DE FERRO há entre todos os cananeus que habitam na terra do vale, entre os de Bete-Seã e as suas vilas, e entre os que estão no vale de Jizreel.

Então Josué falou à casa de José, a Efraim e a Manassés, dizendo: Grande povo és, e grande força tens; não terás uma sorte apenas;

Porém as montanhas serão tuas. Ainda que é bosque, cortá-lo-ás, e as suas extremidades serão tuas; porque expulsarás os cananeus, ainda que tenham carros de ferro, ainda que sejam fortes.”

Josué 17:16-18

Carros de ferro, chamados também de bigas, eram carroças que eram acopladas a cavalos de boa tração e porte de guerra. Elas podiam comportar dois ou três passageiros munidos de arco e flecha, ou lanças. Eram muito usadas pelos egípcios, hititas e cananeus. Constituíam arma muito eficiente no campo de batalha, os povos que traziam carruagens de guerra sempre subjugavam os que não as possuíam. A vantagem sempre pendia para os donos das bigas.

Os povos de Canaã que ficaram no meio de Israel (filisteus e hititas também estão incluídos, genericamente), ficaram com uma finalidade, provar o povo, prepará-los para a guerra. É como as lutas na nossa vida de jovem, elas nunca acabam. Nós precisamos sempre estar passando por diversas provas, para, assim, nos tornarmos pessoas experientes para possíveis guerras da vida. Muitas vezes estas histórias de provas podem edificar a fé de alguém lá na frente, e o que hoje guerreamos nos dará estratégias para o futuro das batalhas por novas conquistas. E Deus havia deixado aqueles povos para fortalecer Israel.

O grande problema é que nós diante das dificuldades, muitas vezes, gostamos de “maquiar”, “facilitar” e ou “contornar”, os nossos problemas. Josué disse: “Vocês são um povo forte!” “Conseguirão, ainda que os cananeus tenham carros!” Foram as palavras do grande general e guia espiritual de Israel. Josué era um homem de fé. Segundo o relato do capítulo 3 do livro de Juízes, aquelas nações continuariam ali para treinar Israel para a guerra. Israel, contudo, ao invés de ir de encontro às nações de Canaã, fez alianças políticas, e, possivelmente, apostataram por isso.

“Habitando, pois, os filhos de Israel no meio dos cananeus, dos heteus, e amorreus, e perizeus, e heveus, e jebuseus,

Tomaram de suas filhas para si por mulheres, e deram as suas filhas aos filhos deles; e serviram aos seus deuses.

E os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, e se esqueceram do Senhor seu Deus; e serviram aos baalins e a Astarote.”

Juízes 3:5-7

Depois dessa queda eles passaram a ser subjugados pelos povos gentios. O crente que teme a Deus deve saber que Deus não tolera aliança com o pecado, nem com quem vive deliberadamente na sua prática. Muita gente, na tentativa de facilitar à vida, tem feito aliança com pessoas cujo caráter não agrada a Deus. Sejam políticos, agiotas, exploradores, todos estes devem ser evitados por nós cristãos. A visão cristã não condiz com a visão dessas pessoas. Seus procedimentos não são compatíveis com princípios cristãos, relacionar-se, de maneira exagerada com estas pessoas pode nos acarretar sérios problemas. Quantos líderes estão escravizados pelo sistema, muitos já nem enxergam mais à luz de Jesus, estão mergulhados na ganância. O ecumenismo é o mal do século, é um câncer destruidor que tem encontrado espaço nas igrejas evangélicas.

ISRAEL SUBJUGADO POR JABIM

E, naqueles dias, o povo de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do Senhor, e Deus os entrega nas mãos de Jabim, rei de Canaã.

“E vendeu-os o Senhor na mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor; e Sísera era o capitão do seu exército, o qual então habitava em Harosete dos gentios.

Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor, porquanto ele tinha novecentos carros de ferro, e por vinte anos oprimia violentamente os filhos de Israel.”

Juízes 4:2,3

Queridos irmãos e irmãs, nunca espere os problemas vierem para buscar ao Senhor, nosso Deus. O escritor aos hebreus diz: “Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz,

Não endureçais os vossos corações” (Hb 3: 7,8). Não endureçamos os nossos corações, não deixemos o conselho do Senhor. Isso será saúde para os nossos ossos, a nossa estrutura espiritual será resistente. Todas as bênçãos do Senhor nos alcançarão (Dt 28. 1-14). No entanto, se não o ouvirmos, seremos cada vez mais abatidos; e aquilo que era para nos fortalecer a fé, à força, nossa comunhão, poderá se tornar nossos agentes de destruição (Dt 28. 15-68). Crente avivado passa pela luta cantando, mas se deixar espaço para as coisas do adversário na vida pode começar a ser escravizado pela depressão. É isso que pode nos sujeitar quando estamos diante de problemas maiores do que nós e não buscamos ao Senhor. No caso de Israel eles quiseram tentar vencer o problema se aliando ao inimigo, foi trágico. A estratégia de Deus é sempre a melhor.

Jabim, provavelmente, era dos reis cananeus que houvera ficado para provar Israel (Jz 3). Ele oprimia o povo de Deus já há vinte anos. Era uma época onde não existiam homens de coragem, ao ponto de uma mulher se tornar juíza de seu povo. Na verdade, durante todo o período de juízes faltarão os homens de coragem; só aqueles que Deus revestia com seu Espírito aceitavam o cargo. Possivelmente, por serem mais visados pelos inimigos, os homens tinham medo. Destarte, não se sabe detalhes, mas Débora julgava na região de Efraim.

DÉBORA – UMA MULHER LEVANTADA COMO MÃE EM ISRAEL

Débora poderia ser das filhas de José, região montanhosa de Efraim (Jz 4. 5). Poderia ser uma descendente daqueles que um dia reclamaram mais terra a Josué (Jz 17. 16-18). Não tenho certeza, mas é o mais provável biblicamente, que ela tinha lá também a sua herança em Ramataim-Zofim.

- Baraque é imbuído da missão de salvar Israel

“E mandou chamar a Baraque, filho de Abinoão de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura o Senhor Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom;”

Juízes 4:6

Provavelmente, Baraque era homem de guerra, e o Espírito de Deus já o teria despertado, mas ele permanecia na inércia. Existe base para se expecular isso. Como é que em um estado inteiro, tantos homens, e nenhum quer lutar pelos direitos de liberdade de seu povo. Todavia, o grande problema daquele guerreiro era o medo. Ele disse:

“Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei.”

Juízes 4:8

Percebam que ele foi novamente despertado por Deus para ir à peleja, mas ele se recusa novamente. Ele quis dizer: “Deus falando ou não, eu não me importo, só vou se você for!” É o tipo de crente que não confia em Deus, não consegue confiar na palavra do Todo Poderoso. Deus sempre foi rígido com incrédulos, e com Baraque não seria diferente. Débora diz:

“Certamente irei contigo, porém não será tua a honra da jornada que empreenderes; pois à mão de uma mulher o Senhor entregará a Sísera. E Débora se levantou, e partiu com Baraque para Quedes.”

Juízes 4:9

Veja que impressionante! É como se Deus estivesse reclamando com Baraque por sua falta de autoridade e coragem. É como se o Senhor dissesse-lhe: "Hoje em Israel será necessário uma mulher ir à guerra porque os homens não têm autoestima para tal, mas na história de Israel ficará gravado que, mesmo os homens não tendo coragem para executar o serviço militar confiando em Mim, Eu levantarei uma mulher, sem honra, sem nobreza e peregrina; contudo prudente, cautelosa, e, detalhe, que tem o que falta nos homens de Israel hoje, CORAGEM”.

Muitos homens têm sido negligentes nas pelejas do Senhor, é muito comum o Senhor levantar verdadeiras mães de oração na sua casa para interceder. Muitos varões escutam à voz do Senhor uma vez, e de novo, e de novo, mas não têm coragem nem forças para executar o mandado do Rei Todo Poderoso, ficam na inércia. Se depender destes a obra de Deus não avança e o inimigo toma conta de tudo. Deus levanta Déboras nestas épocas.

Sabe o que eu vejo também aqui na personalidade de Débora como mãe em Israel e como uma juíza do povo? Eu vejo uma mulher modesta, uma mulher humilde e que mesmo Baraque sendo medroso ela o respeita. Nós não encontramos ela dizer aqui pelo menos: “Que homem preguiçoso!” ou “Deixa de ser frouxo!” Ela não usa nem a expressão: “Seja homem rapaz!” E por que não vamos ver nada disso? Porque Deus não se contradiz. O homem foi constituído autoridade, e, a luz da Bíblia, é indecente as mulheres estarem querendo repreender com tal ousadia os homens. A mulher de Deus deve ser moderada. Ela não precisa diminuir o homem para crescer. Deus honra quem ele quer, não precisamos alterar a ordem das coisas. Mulher cumpre papel de Mulher! Se Deus quiser ele exalta sem haver a necessidade de se autopromover.

Observando o modelo de avivamento que houve nos dias dos Juízes – Débora, eu posso ver Deus falando com homens honrados, homens capazes, mas que não têm fé, e o homem sem fé também não tem esperança. Se não tem esperança de vencer é logo desprovido de coragem. Mas vejo uma Mãe disposta a cumprir seu papel, uma santa mulher de Deus levantada com muita humildade e disposta a derrotar o inimigo no nome do Senhor. O grande problema aqui é que Baraque não é avivado verdadeiramente, não confia no nome do Senhor; Débora já é o tipo de crente que sabe que de si mesmo não tem nada, mas o poder do Deus de Israel fala mais alto na sua vida. Palavras são vazias, ela vai à guerra (Jz 4. 9).

Sísera, ouvindo sobre a revolta de Baraque, reúne seus 900 carros para a peleja e é derrotado. É como eu sempre digo. Uma coisa é o inimigo vir enquanto o povo está com os joelhos no altar errado, quando o povo está com os joelhos no altar de Deus é outra coisa! E a peleja foi acirrada! Pelejava Baraque e seus homens e o Senhor entregou seus inimigos em suas mãos.

“Então disse Débora a Baraque: Levanta-te, porque este é o dia em que o Senhor tem dado a Sísera na tua mão; porventura o Senhor não saiu adiante de ti? Baraque, pois, desceu do monte Tabor, e dez mil homens após ele.

E o Senhor derrotou a Sísera, e a todos os seus carros, e a todo o seu exército ao fio da espada, diante de Baraque; e Sísera desceu do carro, e fugiu a pé.

E Baraque perseguiu os carros, e o exército, até Harosete dos gentios; e todo o exército de Sísera caiu ao fio da espada, até não ficar um só.”

Juízes 4:14-16

Sísera, marechal de campo de Jabim, foge para a casa de Jael. Esta era uma mulher sem história, alguém insignificante. Uma mulher sem palácios, uma mulher sem pompa, uma mulher sem luxo ou ociosidade. Uma simples nômade. Alguém que está aqui e ali armando as suas tendas, alguém que nem tem tempo de ser conhecida por viver sempre viajando. Sim, esse alguém, Deus escolhe para eternizar na memória de Israel como sendo o instrumento para destruir àquele que oprimia o seu povo. Uma mulher simples, trabalhadora e estrategista.

Uma coisa que eu acho lindo em Jael é que ela tinha paz com a casa de Jabim (Jz 4. 17), porém, ela não queria ser parcial com aquele perverso, muito embora tenha dado a entender a ele que lhe adularia com toda aquela tirania (Jz 4. 18). Às vezes não é necessário confrontarmos antes do tempo, pode ser pior. É melhor sermos prudentes, sempre aparece à chance de acabarmos com o problema de uma vez por todas.

UM MARTELO, UMA ESTACA, FOI O SUFICIENTE PARA DESTRUIR A OPRESSÃO DE UMA VEZ POR TODAS

Como era de costume naquela época, quando havia guerras e colonizações, os vencidos eram reduzidos a nada. Pelo que podemos ler, a tribo de Efraim parecia estar em duas condições. Ou em relativa paz, ao ponto de não querer ajudar as tribo oprimidas (quase nenhuma base pra se dizer isso), ou estava muito debilitada de maneira que não havia homem preparado para a guerra; Débora era juíza em Efraim, contudo manda Baraque, de Nafitali, ir reunir um exército de Zebulon e Nafitali (Jz 4. 6). Possa ser que Efraim não tivesse homens de guerra no momento, talvez por isso ela também julgasse ali. Não sei ao certo, mas sei que Débora convoca uma tribo que não era a sua de nascença.

Uma outra coisa também que se fazia muito naquela época era tomar todas as armas de guerra, até as ferramentas se amolavam na terra de seus inimigos (1Sm 13. 19-22). Assim, a forma de Deus derrotar Sísera, seria muito irônica. Ele estaria derrotando o maior inimigo de seu povo e ao mesmo tempo lhes transmitindo uma mensagem. Ele dizia: “não é preciso ser alguém, ou ter muita coisa, quando eu quero eu realizo.”

Um martelo, uma estaca e uma nômade; o necessário para Deus mudar o cativeiro de seu povo.

“Assim Deus naquele dia sujeitou a Jabim, rei de Canaã, diante dos filhos de Israel.

Juízes 4:23

Quando Deus é priorizado ele sempre muda o cativeiro de seu povo. O povo de Israel venceu, mas, portanto, houve humilhação.

“Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor, porquanto ele tinha novecentos carros de ferro, e por vinte anos oprimia violentamente os filhos de Israel.”

Juízes 4:3

Se expressando em seu cântico, Débora diz:

“Cessaram as aldeias em Israel, cessaram; até que eu, Débora, me levantei, por mãe em Israel me levantei.

Juízes 5:7

A principal característica de uma mãe é a proteção. Uma mãe protege, ama categoricamente, tem afeto etc. Débora em nossos dias é aquela irmã de oração que tem adotado pessoas como filhos para orar, interceder, incentivar a ir à peleja. Avivamento extraordinário. Eu acho que este é um momento singular para Israel, pois, quem eram as mulheres? Nada. Aqui podemos ver elas atuando com tanto afinco e destreza. Desde os dias de Sara e as outras matriarcas, nenhuma mulher entrara tanto em evidência. Parabéns a você mulher que cumpre seu papel modestamente na presença de Deus.

ESTÁ COM VOCÊ ATÉ AQUI ME ENCHE DE SATISFAÇÃO! UM GRANDE ABRAÇO, DEUS ABENÇOE.

Qualquer coisa acompanhe meu canal do You Tube: Mesequias Maadson

Mesequias Oliveira
Enviado por Mesequias Oliveira em 02/09/2020
Reeditado em 05/09/2020
Código do texto: T7052912
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.