Natal de 2020
Natal de 2020...
Quase um paradoxo.
No mês do simbólico dia em que nasceu a expressão maior da Vida, vemos a morte ceifando tantas vidas em meio à incúria de muitos na loucura de uma insana negação...
Não é loucura apostar o Bem Maior numa roleta de interesses tão miseravelmente menores?
Neste teatro de alienação olvidam-se os limites do palco e a plateia irrompe, desavisada, violando o roteiro, a cena, o ato...
Os atores, atônitos, se perdem das marcações, das deixas e não mais sabem o que falam.
Os alucinados embriagam-se na ilusão de que a realidade é só uma peça de teatro mambembe que, afinal, pode ser escrita e reescrita ao talante do que simplesmente desejarem.
O mundo, assim, jaz perdido em si mesmo, fazendo jus à realeza de seu príncipe decaído, nos esgares agônicos do imperador deformado. O cetro baixa com a garra trêmula do dragão perdido nos estertores da derrota já conhecida.
Por isso, o barco se perde em chamas e o capitão prefere-o a pique!
Mantém os marinheiros apagando o incêndio mas, cada qual, apenas as chamas de si mesmo, como se o todo fosse mera abstração do roteiro teatral já revogado e sendo pretensamente reescrito.
Esse é o Natal de 2020...
Quase um paradoxo porque, na verdade, com gritante ênfase nos relembra que o caos é um fragmento da Ordem Absoluta.
No tempo de tribulações é muito difícil compreender.
Talvez seja por isso que Tiago nos tenha ensinado que a sabedoria deve ser buscada sobre o arrimo da fé, advertindo-nos de que a mente, esposando dúvidas, oscila como ondas do mar, incapaz de se preencher com a serenidade da comunhão com a Vida que, exatamente neste mês, simbolicamente comemoramos.
FELIZ NATAL!!!
Paz e Serenidade.
Que a Vida nos traga, sempre e sempre, todas as obras para ascensão diante do Pai Eterno.
Marco Aurélio Leite da Silva
e família.