A crucificação

No mundo antigo, a crucificação era uma pena comum para criminosos, adotada por diversos povos com o intuito de fazer o acusado sofrer o máximo possível até a morte. Em Roma, no século I a.c., a crucificação passou a ser destinada a todos os que não possuíam cidadania romana. (ALTARES, 2018).

Muitos cristãos foram crucificados no mundo antigo, porém a crucificação de Jesus Cristo tem um significado singular. Sabemos que não há evidências arqueológicas da crucificação de Jesus e não há possibilidades de encontrarmos tais evidências porque ele não permaneceu em estado de decomposição. Ele ressuscitou e subiu aos céus; acreditar nisso é ter fé e crer que sua história, bem como suas promessas estão registradas nas escrituras sagradas.

É por intermédio da fé que cremos na crucificação e isso parece loucura e/ou alienação para muitos que buscam acreditar apenas no que é visível. O sentido e a essência da fé está em Hebreus, no capítulo 12, versículos 1, 2 e 3, vejamos:

1 Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem.

2 Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho.

3 Pela fé, entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que aquilo

que se vê não foi feito daquilo que é visível.

Sua entrega a morte como um cordeiro imaculado foi anunciada no Velho Testamento, entre as passagens que apontam o sofrimento e missão de Jesus podemos destacar Isaías 53 e Salmos 22, os quais relatam como seria a morte de Jesus, bem como a sua finalidade: salvar o mundo da morte eterna. Talvez você se sinta indigno de herdar a vida eterna, mas não importa o que você fez, nem os pecados que tenha cometido, todos eles têm perdão em Jesus; seus pecados foram expiados por meio do sofrimento e morte de Jesus na cruz do calvário.

A partir daquele momento, o sacrifício de Jesus nos deu o direito à vida eterna, direito que se efetiva por intermédio da fé em suas promessas, entre as quais destaco a que traz a sua declaração: “Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá”. (JOÃO, 11:25). Jesus comprovou a veracidade dessa promessa ao ressuscitar dentre os mortos, ele venceu a morte; também prometeu que iria para o Pai e prepararia morada para seus discípulos. Essa promessa abrange a todos aqueles que creem em seu nome e desejam usufruir de sua herança.

Ao fazer essa promessa Jesus faz um questionamento: Você crer nisso? (JOÃO, 11: 26). Talvez você não acredite que o fato de Jesus ter morrido na cruz e ressuscitado ao terceiro dia te garanta a vida eterna ou, quiçá, você não acredite que ele ressuscitou ou até pense que a história de Jesus seja apenas um conto, uma ilusão ou algo criado para dominar e subjugar pessoas e povos. O fato é que acreditar ou não que a morte e ressurreição de Jesus te dá essa garantia de herdar a vida eterna é uma escolha sua, porque a fé não é imposta ela é uma decisão.

OBS: Aqui também caberia uma reflexão sobre a relação entre fé e obras, mas deixemos isso para um próximo texto.

Referências

ALTARES, Guillermo. Cultura: o segundo crucificado na história. El País, 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/29/cultura/1527611445_884721.html. Acesso em: 07 abr. 2023.

Bíblia, N. T. Hebreus. Bíblia sagrada: antigo e novo testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

Bíblia, N. T. João. Bíblia sagrada: antigo e novo testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

Bíblia, V. T. Isaías. Bíblia sagrada: antigo e novo testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

Bíblia, V. T. Salmos. Bíblia sagrada: antigo e novo testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.