Homilia do XXIII DOM do TC (Mt 18,15-20)(10/9/23)

 

Amados irmãos e amadas irmãs, paz e bem sejam bem-vindos a nossa meditação diária... 

 

E nesta Homilia do XXIII Dom do Tempo Comum trataremos do tema da reconciliação como o meio mais eficaz para se voltar à caridade fraterna, e sanar todas as desavenças e divisões em nossas comunidades.

 

Meditemos com amor e atenção esta homilia de hoje.

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1. Caríssimos, nenhum de nós é santo o bastante para dizer que nunca pecou ou nunca sofreu por causa do pecado dos outros. Por isso, precisamos da graça santificante do Senhor para nos mantermos em comunhão com Ele e entre nós; e assim vencermos as tentações e sermos livres de todo pecado, pois, só existe pecado onde falta a comunhão com o Senhor.

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2. No Evangelho de hoje o Senhor Jesus nos ensina um método de reconciliação com aqueles que nos ofendem com seus pecados. Tal método se dá em três etapas: diálogo interpessoal, em que as partes se perdoam mutuamente; e se esse não funciona, chama-se ao diálogo fraterno duas ou três testemunhas.

 

3. E se esse esforço também não deu resultado; deve-se procurar a comunidade eclesial, na pessoa do bispo ou dos sacerdotes; se ainda assim, uma das partes se mantém irredutível, confia-se tal parte ao arrependimento pessoal e à misericórdia do Senhor.

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4. De fato, o princípio cristão da unidade tem como base o amor e a misericórdia de Cristo, vividos até as últimas consequências, isto é, até a total ausência de qualquer discórdia ou divisão, mesmo se para isto for preciso dar a própria vida, mesmo se para isto for preciso dar a própria vida, como fez o Senhor Jesus, a fim de nos reconciliar com o Pai.

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5. Por isso, não creiam naqueles que se dizem cristãos e pregam a divisão da Igreja, pois, ela é o Corpo de Cristo, do qual Ele é a Cabeça e nós somos seus membros (cf. Col 1,18). Ou seja, quem realmente é Igreja evita todo tipo de julgamento, crítica ou condenação do próximo; para isso perdoa sempre e se torna exemplo de unidade e de paz. 

 

6. Pois, todo aquele que prega a divisão, o faz contrariando esta palavra do Senhor: "Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos." (Mt 5,44-45).

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7. Portanto, caríssimos, qualquer palavra fora da Palavra de Cristo, não passa de falso ensinamento advindo do inimigo de nossas almas. E o perfeito discernimento para compreendermos isso, é a falta de paz e harmonia entre nós.

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8. Destarte, escutemos atentamente esta oração do Senhor: "Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste." (Jo 17,20-21).

 

Amados irmãos e amadas irmãs, a nossa convivência fraterna depende cem por cento da nossa convivência com Deus, e esta se dá pela oração e a prática da Sua Palavra, sem essas graças nos tornamos presas fáceis do espírito de divisão.

 

Portanto, como vimos no Evangelho de hoje, a essência do amor fraterno consiste em viver reconciliados com Deus e entre nós.

 

Tudo o que não satisfaz esse requisito não nos convém; então, que a nossa vida seja sempre uma expressão do perdão que damos e recebemos. Amém! Assim seja! 

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Paz e Bem!

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Frei Fernando Maria OFMConv.