Penitência, jejum, e o que é agradável aos olhos de Deus.

Sou uma voz gritando no deserto...

Os auxiliares da nossa fé são o temor e a perseverança, e nossos companheiros de luta são a paciência e o autocontrole. Se essas virtudes permanecem puras diante do Senhor, a sabedoria, a inteligência, a ciência e o conhecimento virão regozijar-se com elas. Meus amigos Deus nos mostraram mediante os profetas, que ele não tem necessidades de oferecermos ofertas e nem sacrifício. Se oferecermos a Ele flor de farinha vai ser em vão. Deus não tolera mais ritual e sábados, Ele rejeitou todas essas coisas, para que a Lei nova de nosso Senhor Jesus Cristo, que é sem o jugo da necessidade, não precise de oferta preparada por mãos humanas. O sacrifício e a penitência que agrada a Deus é que nenhum de nós guarde rancor no coração contra o próximo e que não ame o juramento falso. Nós não somos sem inteligência, devemos, portanto, compreender o desígnio de nosso Pai em sua bondade, pois ele se dirige a nós, desejando que procuremos o modo de nos aproximar dele, sem nos extraviar, como em exemplos do passado. Eis, portanto, o que ele nos diz: "O sacrifício para Deus é um coração contrito; o perfume de suave odor para o Senhor é o coração que glorifica o seu Criador”. Meus amigos devemos, portanto, cuidar de nossa salvação, para que o maligno não introduza em nós o erro, e nos atire, como pedra de funda, para longe da vida de Cristo. A respeito disso Deus nos disse ainda: “Com que finalidade jejuais para mim? Como se ouve hoje aos gritos a vossa voz? Não é esse Jejum que escolhi, não o homem que humilha a si mesmo”. Nem quando dobrai o vosso pescoço como uma vara, nem quando praticais a genuflexão diante de todos, nem quando se abstém de alimentos que só servem para ficar mais esbelto, não chameis isso de jejum agradável. Eis o jejum que lhe agrada: Desata todas as amarras da injustiça; desfaz as cordas dos contratos iníquos, não aceite suborno e não suborne, coloque todos os oprimidos em liberdade; rasga toda escritura injusta, reparta teu pão com os famintos, se vês alguém nu, veste-o; conduz para a tua casa os desabrigados, se vês algum pobre não o despreze, não esmague pessoas inocentes para colocar os seus correligionários em seu lugar, use o mesmo peso e a mesma medida para todos. Então sim a tua Luz romperá pela manhã, tuas vestes rapidamente resplandecerá, a justiça irá a tua frente e a glória de Deus te envolverá. Então quando gritares a Deus ele te ouvirá. Ao falar, ele te dirá: “Eis me aqui”. Isso se você renunciar a tecer amarras, a levantar a mão e a murmurar, e se deres de coração o teu pão ao faminto e tiveres compaixão da pessoa necessitada, pois se fizer isso com intenção de fazer, sem amor, de nada valeu. É preciso, portanto, que examinemos com grande atenção a nossa consciência e a situação presente, para procurar o que nos pode salvar. Ouve você criatura que te julgas rico e cheio de poder, você não passa de um mendigo! Até quando quer permanecer em teus pecados? Dos necessitados e dos seus empregados tiras o pão subtraindo seus direitos trabalhistas, para teres mais e mais em abundância. Eles todos te denunciarão no dia do Juízo. Uivos e ranger de dentes será tua recompensa. Se não fizeres a penitência e o jejum que agrada a Deus, a tua alma será entregues a condenação. Não adianta nada cometer tudo isso e depois ir ao culto em traje de gala, participar do cortejo e ficar com o rosto triste. Não adianta nada colocar uma cruz de metal ou um santinho na gola da camisa e achar que está lhe cultuando, colocar a bíblia em baixo do braço e já achar que já está purificado dos seus pecados. Tudo isso é exterioridade. Peça a Deus que purifique o seu coração para que consiga te penitenciar, mas penitenciar da maneira que seja aceita por Ele. Então a Paz de Deus que paira mais alto do que toda a razão permanecerá em tua consciência e transformará teu coração. E quando Jesus surgir poderá penetrar e habitar em você. Esse é o verdadeiro jejum. Essa é a verdadeira penitência que faz sentido perante Deus.

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