Contra-autopsicografia

Que me perdoem Fernando Pessoa e seus heterônimos,

Mas o poeta não é um fingidor

E não inventa nenhum dos seus sentimentos.

Sua caneta é a porta da alma

E seus rascunhos são retratos superficiais.

O poeta é, na verdade,

Masoquista e oportunista.

Explora-se e usa sua dor,

Seus desejos,

Sem piedade de si mesmo,

Para produzir mais uma página de sua obra

E então caminha para a próxima.

Emanuel Mergulhão
Enviado por Emanuel Mergulhão em 07/08/2015
Reeditado em 07/08/2015
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