Razão da escrita
Não pense que vim trazer-te resposta
Não cogites que desejo a ti algo esclarecer
Jamais viria prescrever-te um caminho
Nem mesmo decidiria algo por você
Palavras não são seladas
Nem muito menos intransponíveis são.
Palavra sustenta, segura
Palavra é solo, é chão
Absorve, barra e muda
Pois também é transformação
Não pense que eu vim a ti falar
De coisas que sobre ti não sei
Te juro que em mim, muito há,
Coisas que ainda não encontrei.
Não pense que não podendo com o que de mim não sei
Venho ensinar o que penso que não tens ciência
Asseguro que essa carapuça que fiz e hoje te serve
Serve-te, acredite, por mera coincidência.
As palavras que escrevo aqui
São para convencimento e quiçá uma mudança futura
Num ato de fé, as destino a mim...
Água de tanto bater, sei bem que um dia fura.
(Em 05/06/2015)