Dialogismo do poeta e seu chá

Tu que te moves em ritmo lento

apenas te moves a cada beijo.

E o chá como a onda revolta

retruca imperioso, suberano.

Eu sei que não buscais senão

poesia, como o sol ao céu,

o ouvido ao som e o amor

as almas dependentes.

Tu como te atreves?

não és nem transparente!

apenas refletes a minha imagem

insolente e desconfigurada.

Imagem esta que a tanto não sabe

onde ir, que já se misturou

ao pó da estrada. Não

mais defines poesia.

E a mão trêmula e sofrida,

deu seu último suspiro

e adeus vida! tudo apagado,

nem chá e nem poeta, apenas poesia!

J Carlos
Enviado por J Carlos em 02/11/2015
Código do texto: T5435696
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