DELETADO

Quando o mundo me deletar

No meu momento mais atroz

Na vertigem da passagem

Poderei eu desatar todos meus nós?

Eu que convivo com este desenlace

Não sem cruzar os mares da angustia

O que só me ajuda ainda mais desentender

Os sentidos da vida e suas minúcias

Contido e cativo, nesta caixa sem saída

Onde viajo amordaçado e a sós

Sem encontrar o amor, esta ave libertária

Que quando passou por mim foi tão veloz

Não, não sinta pena de mim

A acidez da agonia, não me tocará

Nem mesmo o amargo da solidão

Eu posso estar até clareado por uma luz

O sol nem sempre ilumina tudo, tanto faz

Minha alma já conhece a escuridão

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 10/02/2016
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T5539170
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