DELETADO
Quando o mundo me deletar
No meu momento mais atroz
Na vertigem da passagem
Poderei eu desatar todos meus nós?
Eu que convivo com este desenlace
Não sem cruzar os mares da angustia
O que só me ajuda ainda mais desentender
Os sentidos da vida e suas minúcias
Contido e cativo, nesta caixa sem saída
Onde viajo amordaçado e a sós
Sem encontrar o amor, esta ave libertária
Que quando passou por mim foi tão veloz
Não, não sinta pena de mim
A acidez da agonia, não me tocará
Nem mesmo o amargo da solidão
Eu posso estar até clareado por uma luz
O sol nem sempre ilumina tudo, tanto faz
Minha alma já conhece a escuridão