Passos, versos, essencialidades
Não estou para os versos como estou para os passos...
Sinto minhas rimas sendo convertidas. Sinto-as metamorfoseadas.
Percebo meus parnasianismos dissolvendo-se em sentidos nublados,
indefinidos, que retém essencialidades derramadas.
Acolho as incompreensões, convivo com as desarrumações, e não me desperdiço em investidas frustradas de resolução.
Estou para os passos na minha petulante despretensão. Queimo ao sol da indiferença; racho à secura da estreiteza das almas estéreis; afogo à peçonha do dialeto dos desamados.
Apesar dos infortúnios, sigo. E sem uivar lamentações por não estar para as trovas; elas estão se disfarçando de Vida, alagada de qualidade!
Tiago Gonçalves - MAR/2016