Ontologia literária

Sou escrito, não tenho dúvidas

Se penso que a escrita se deve

Não me acanho, sou seu servo.

De bocados, no sentir em sentir

Apenas observo sobremaneira,

Seu sentido no querer em mim.

Soberba as letras que me comovem

Os versos livres que me convidam

As figuras em fantasias literárias

Jogam eufemismo em mim mesmo

Criam a ironia da antítese da metáfora

Paradoxo do estar em ser literário.

Sou a letra que me conduz

O verso escrito em que acredito

A poesia pronta da qual me escreve.