AINDA HAVERÁ POESIA!

Quando o sol não mais mostrar sua face

e a luz da lua se tornar carmim como o sangue,

e nos campos não houver mais a margarida

para enfeitar os cabelos da menina,

ainda assim haverá poesia.

Nesse dia os poetas velhos cantarão as saudades

de tardes de risos e velhas cantigas do rádio,

invocando lembranças de um tempo que ainda

acalentavam no peito o amor da mocidade,

eram dias memoráveis.

Mas quando nem estas saudades houverem,

e o bater das asas da panapaná não for nem um borrão

na lembrança dos que choram, ainda haverá poesia!

Tão certo quanto a ausente luz do dia

Tão certo quanto a obscuridade que cobre a terra

Num pergaminho sujo e amarrotado, ainda serão

rabiscadas palavras de um verso.

Ainda que sobre ela o corvo bata suas asas permanentemente,

ainda haverá poesia.

Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 29/11/2017
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