Não sei onde principia o poema e termina o meu eu
Sou parte de cada palavra que largo no papel em risco
Sou o verso que visto e me visto de cada trapo da poesia
Não nego, as vezes penso simular o verso,
mas quando percebo estou sendo fingida por ele.
São pequenas partes de mim
Registradas aqui e acolá
Saudades de dias vividos
Culpas por outros que deixei de viver
Memórias escritas em rimas ou não
Fragmentos de lucidez e insanidades aleatórias
Como quem vive pensando-se morrer
ou sabe-se morrer enganando-se estar viva.
Surrealidades
Disparates que transcrevo madrugada à fora
Sem nenhuma pretensão de ser poeta
Apenas me desocupar de todo este vazio cá dentro
Ocupa espaço demais!
Grita alto demais!
Diz verdades demais!
Deus, para que tantas verdades?
Já não bastam as lamúrias dos dias?
Das horas vazias...
... De tantas frases vadias!
E de que adianta esbravejar no verso
Se o poema sou eu em cada linha que translado?!

Imagem: Pinterest 
Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 21/01/2018
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