Ode ao papel
Curitiba, 05 de fevereiro de 2018.
O papel me acompanhou ao longo da vida.
Nele aprendi a escrever, calcular e fazer desenhos.
Nele eu avancei várias fases da minha vida,
algumas mais leves, outras mais desafiadoras.
Nunca tive muita sorte para fazer amigos,
mas dentro da cabeça sempre tive boas ideias,
então se o mundo não tinha lugar pra mim,
por que não criar meu próprio mundo?
Pode ser do tamanho de uma concha,
pode ter até um mapa ilustrado,
posso inclusive criar vários mundos,
posso ser mais desses mundos do que minha.
A tinta da caneta cedo ou tarde acaba,
mas o desejo de escrever não se apaga.
Hoje em dia o papel é virtual,
nem me importo com a cor da caneta,
a fonte pode até ser "padrão",
minha letra é aquela que dita a alma.
Conversar com o papel sempre me acalma.
As teclas traduzem no tec tec tec
todos os murmúrios de uma mente inquieta,
pensamentos que só às vezes não quero guardar,
e quando quero é na folha de caderno
que com muito zelo me ponho a chorar,
às vezes marcando a extremidade da folha
e registrando em tempo real minha angústia
ou às vezes apenas questionando.
O ser.
O estar.
A origem do verbo.
As coisas serem como são.
Por serem como são.
E por que o são.
E se do mundo só recebi incompreensão,
o papel abraçou minha causa sem ressalvas,
então existe um amigo que acredita em mim.
O papel.
Mediador entre o sonho e a realidade.
Ponderado.
Em retidão.
Sempre ele, sempre papel.
Sempre ele, sempre sensato.
O papel não me julga.
O papel não me condena.
O papel não me demoniza.
O papel não me cala.
O papel gosta que eu fale com ele,
que eu lhe dê algum propósito maior
do que viver num deserto branco.
O papel acolhe lágrimas, confissões
e guarda memórias com todo carinho.
O papel envelhece com o tempo,
adquire nuances amareladas nas bordas,
mas não muda a essência de ser bom confidente
porque se no mundo não existe um lugar para mim,
com o papel eu posso ser o meu próprio lugar.
Curitiba, 05 de fevereiro de 2018.
O papel me acompanhou ao longo da vida.
Nele aprendi a escrever, calcular e fazer desenhos.
Nele eu avancei várias fases da minha vida,
algumas mais leves, outras mais desafiadoras.
Nunca tive muita sorte para fazer amigos,
mas dentro da cabeça sempre tive boas ideias,
então se o mundo não tinha lugar pra mim,
por que não criar meu próprio mundo?
Pode ser do tamanho de uma concha,
pode ter até um mapa ilustrado,
posso inclusive criar vários mundos,
posso ser mais desses mundos do que minha.
A tinta da caneta cedo ou tarde acaba,
mas o desejo de escrever não se apaga.
Hoje em dia o papel é virtual,
nem me importo com a cor da caneta,
a fonte pode até ser "padrão",
minha letra é aquela que dita a alma.
Conversar com o papel sempre me acalma.
As teclas traduzem no tec tec tec
todos os murmúrios de uma mente inquieta,
pensamentos que só às vezes não quero guardar,
e quando quero é na folha de caderno
que com muito zelo me ponho a chorar,
às vezes marcando a extremidade da folha
e registrando em tempo real minha angústia
ou às vezes apenas questionando.
O ser.
O estar.
A origem do verbo.
As coisas serem como são.
Por serem como são.
E por que o são.
E se do mundo só recebi incompreensão,
o papel abraçou minha causa sem ressalvas,
então existe um amigo que acredita em mim.
O papel.
Mediador entre o sonho e a realidade.
Ponderado.
Em retidão.
Sempre ele, sempre papel.
Sempre ele, sempre sensato.
O papel não me julga.
O papel não me condena.
O papel não me demoniza.
O papel não me cala.
O papel gosta que eu fale com ele,
que eu lhe dê algum propósito maior
do que viver num deserto branco.
O papel acolhe lágrimas, confissões
e guarda memórias com todo carinho.
O papel envelhece com o tempo,
adquire nuances amareladas nas bordas,
mas não muda a essência de ser bom confidente
porque se no mundo não existe um lugar para mim,
com o papel eu posso ser o meu próprio lugar.