Cada ponto
Era um capitulo inteiro sem palavras
Por serem sílabas soltas
Da quase expressão que consome em horas
A mente trabalha criando peças
N'onde caibam as fervilhantes sensações
Saboreadas com o desejo de se desmembrar
Dançando em cirandas por luas
Como se ao mesmo tempo deixasse tuas carnes marinadas
No tempo daquela que devora a si em sua sina alada
O tempo sempre completa os espaços de avulsas
Peças que pelas arestas diferentes se encaixam
Enquanto a mente cala pelo instinto perene
De fazer parte do fluxo maior, das cosmopolitanas vontades
E acelerar as construções massivas de novos significantes
Assim as abstrações se materializam
Pra amar uma musa é preciso perícia;
As peripécias desta distinta casualidade
São embelezadas com a distância
Não mais que de um abraço
Do canto pro contato que os lábios
Se abstenham até que sejam permitidos
Degustar todos os sabores, tatear sem visão
Por ter no céu da pálpebra refúgio
Pra acessar o ponto de luz
Que nos une, pelas arestas desiguais
As andantes mãos juntam-se só pra ver de longe o final
Como no apreciador do meio e do alto
Pelas supernovas reluzentes nos olhos
Pelos portais que criamos sendo
O sentido de toda natureza
Esse encontro da arte com sua essência
Remanescente das nascentes intergalácticas
Dos leviatãs que criamos virtualmente
Pois a Musa nasce antes da maçã
A romã te faria ficar mais tempo
Mas antes deixa ser o cisne, o touro,
Até mesmo o lençol os mensageiros do meu embaraço
Que como um raio passará justo à efemeridade
Dos nossos atos deixando-nos somente
A resposta com uma pergunta:
Conseguimos abrir um portal
Transpassando níveis de imaterialidade
Ou somos uma simples arquitetura
Resumidas num retrato mais tarde
Como se fossemos troféus da morte do ego?