Depois dos destroços.

A casa foi moldada e alicerçada

Numa folha em branco

Com ponto e vírgula,

Introdução e desenvolvimento

No fim, muito bem erguida.

Mas, houve uma forte tempestade

Que a casa não suportou

Capítulos despedaçaram

Enxurradas levaram sumários.

Destruída, numa única tarde.

O morador vagou a esmo

Sem sentido, desabrigado

Pedindo esmolas, desconsolado

Não se encaixando, em canto algum

Até esquecer de si mesmo.

De tanto caminhar

Deu de cara com o mar

A jornada ali encerrara

De um F, um É e uma vírgula fez um barco,

E se pôs a navegar.

Tornou-se marinheiro

Encontrara sua liberdade

No barco das possibilidades

Em versos se refez

Navegou o mundo inteiro.

07 de novembro de 2019.

Andréa Agnus
Enviado por Andréa Agnus em 08/11/2019
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