Pintando a Vida

Pintando a vida

E a vida tornava-se colorida e bela
Como pintar sempre em aquarela
Numa pureza de paisagem vista da janela
Como se festejasse sempre a pureza da donzela
Num passear de rostos e figuras em movimento
Tudo se fazia distinto, com vida, luz e alegria
Num ir e vir das fadigas, dores, lamento
Num esvaziar de vida e luz, hoje vazia

Pintando tudo em cores mesmo que a tarde escura
Já que não se via mais a donzela pura
Nem os movimentos de luz e cor nem de vigia
Num perspassar de nuvem e ventania
No vendaval que esvoaça a saia da menina
Foi tudo o que sobrou focado na retina

Um olhar hoje turvo e frouxo
Que quer voltar a pintar de novo tudo
Como o fruto ora rolando apodrecido, roxo
Como a ponte que se avista agora em duto
Única passagem, visão, devaneio, loucura
Visão da vida que se prende na pintura

Pinta-se a vida que se quer ter
Pinta-se a cor da cor que se quer ver
Mas não se quer sonhar vida sem cor
Para que a vida tenha sempre a cor do amor
___________________________________


Pintando a vida I

Adentrando no universo mágico e encantador da pintura.
O cavalete, o avental, os pincéis, as tintas, um mundo novo nos espera.
Este mundo onde se pode criar, mudar, pintar do seu jeito.
Este mundo onde se pode sonhar, explorar o imaginário universal
Este mundo ao alcance de todos...
Na tela, aprisiona-se o mundo
Para se ter a sensação de felicidade próxima, pungente, latente...

Mistura-se a tinta e o mundo traz os matizes, a claridade, a clareza, a natureza...
Uma casa no campo, com jardim, com flores, com laguinhos.
E um horizonte azul, infinito...
A floresta e suas árvores de matizes diversos, galhos, folhas, frutos.
A montanha, a gruta, um caminho,
Quantas nuances em uma cor só...

A escola do bairro, o colégio, a pracinha com escorrega, gangorra e cavalinhos...
A Casa da vovó, da titia, do amigo, do vizinho,
Quantas boas lembranças pode-se aprisionar.
Pode-se trazer a cascata,
Com sua imensidão de água caindo.
Num contraste de leveza e fúria,
Mas com a doçura de suas espumas brancas, efervescentes...
O mistério é total...
Olhando a cascata, pode-se até escutar a música das águas em queda livre,
Em busca da corrente do rio, do mar...

Pinta-se o estar.
O estar hoje, que sente saudades do ontem e muito quer mudar...
Talvez até fantasiar,
Para fazer um estar permanente de PAZ...
___________________________________


Pintando a vida II

Todas as manhãs, lá estava ela em frente àquele cavalete.
E no seu mundo mágico ela adentrava...
O seu passado presente se transformava
Magicamente em desenhos futuro...

Pintava uma ponte sobre um lago,
Que terminava do outro lado da floresta...
A floresta era densa, com árvores gigantes .
Muito verde, fechada, impenetrável...
O lago sob a ponte era profundo,
Mas suas águas corriam suaves, sem pressa.
Havia sempre uma casinha...
Desabitada, talvez,
Não havia, pássaros, flores,
Havia nuvem, muitas nuvens...
Mas elas eram brancas e suaves,
Como a formar carneirinhos no céu.

Na escuridão da floresta buscava esconder a sua solidão
Porém, nas profundezas daquele lago,
Buscava a força para continuar sua vida, sua luta...

No céu, sempre azul, e com brilhos de sol,
Mostrava toda a pureza de seu coração...

No toque do pincel, a leveza de sua alma...
___________________________________


Pintando a vida III

Quando as cores se misturam,
Trazem à tela a cor.
Transformam a vida...

Na cor branca, a nobreza da renúncia.
A sua inexistência marcante,
Se faz atraente e se revela
Em todas as cores da vida.

Derrame a cor azul
E o distante infinito fica a seu alcance
Capaz de encontrar o mar,
O céu, enfim, finito...

Pinceladas de vermelho
E a tela nos mostra
Toda a beleza das flores, das rosas,
Dos lábios sedentos, sedutores, sensuais...

Nas nuances do verde
Toda a exuberância da floresta
Das folhas, frutos, folhagens
Dos rios, mares, oceanos,
Das jazidas, Jades, esmeraldas...

No amarelo, o brilho do sol,
A larva do vulcão em chama.
O ovo, o ouro,
A gema dourada da terra
A Terra, o barro, o pó...
A Terra em cores vivas
Terra, cor, vida...

 
Maria de Fatima de Queiroz M
Enviado por Maria de Fatima de Queiroz M em 28/06/2020
Reeditado em 28/06/2020
Código do texto: T6990691
Classificação de conteúdo: seguro