Infante Poeta

Infante Poeta

O aspirante à Poeta precisa, no entanto,

Desvencilhar-se de si.

Nem focar sua rima

No quanto ama a pessoa ou a coisa amada.

A poesia é mais do que os frêmitos

Da exacerbada paixão.

A poesia é o que consegues ver

Das coisas lá fora.

E o quanto ela te toca

Mesmo ensimesmada em si.

As coisas de fora, as externalidades,

Te servem de espelho.

E lá estarás agudo, perpiscaz, nada obtuso,

Até pôr na poesia a cor do pôr-do-sol

Sem que reclames

do quanto arde em teus olhos

Os raios de luz.

Não se trata do que sentes, infante Poeta,

A poesia existe independente do que tu és.

Cabe a ti captá-la.

E o modo com que a relatas

É o que te faz apto à Poesia.

Kalliana Arcanjo
Enviado por Kalliana Arcanjo em 07/06/2021
Código do texto: T7273382
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