Fusão

Fusão

Delasnieve Daspet

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Escrevo como quem bebe água.

Com necessidade, junto as palavras.

Domo-as.

Elas nascem, como passarinhos, que voam sem ninho.

Me fecho em copas. Aponto o lápis.

Poesia pronta. Sem iluminuras.

Abandono os malditos que me circundam

Com grilhões, imitando ternuras.

Queimo incenso de alabastro, unção dos deuses,

A poesia, precisa de perfume.

O odor se espalha pela fumaça. Penetra minhas narinas.

Encontra correspondência nos meus sentidos

E na minha alma, fusão perfeita, amálgama da poesia.

Por testamento, ventos do Nejar.

Penso em Rimbaud, Mallarmé, Quintana.

Tudo em mim, encontra correspondência,

No fogo que me conduz à poesia,

11.08.21