Meu velho arauto

Acordei certa vez possuída,

Mal enxergava mas estava farta do que via.

Imóvel no mundo, fazia de tudo,

E tudo doía.

As mãos fraquejavam e a cabeça fervia,

Era a fusão do meu velho arauto,

A boca travada, a trava vivia.

A vida travando a boca.

A boca calando a vida.

Senti que gritava mas falava baixo.

Quase que rezava meu arauto.

E eu rígida esmurrando as cabeças,

Vozes pretéritas surgiam mais que perfeitas.

Estou louca aos vinte, me peguei lamentando,

Melhor que aos oitenta a voz veio gritando.

Num conformismo me abituando.

Bocejei como quem acorda,

Acordei de muitos anos.

Sonhando na anarquia

veio a guerra se declarando.

Vida paralitica á morte andando.

Daniela Priscila
Enviado por Daniela Priscila em 10/03/2023
Código do texto: T7737225
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