Encontro da Poesia

O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia?

Quem diria que um sete-pele ditaria o poético,

E a confusa euforia de um jovem criativo

Se dissiparia com chulas ideias de poesia.

O que é poético, eu lhe questiono.

Que eu não fui o primeiro a mencionar

A procura da poesia e a agonia de uma categoria

Inexistente à uma arte tão inconsequente como a poesia,

Não é novidade.

Pois, o ar quente de uma face ardente que murmura suas vivências

E no virgem papel cospe sua mente: eu não sou poeta.

Mas poeta posso ser, se minha careta de gozo for muito além

de um sentimento frequente.

Quero ser gente grande e mastigar poesia;

ler o jornal da tarde e tomar café às quinze.

Porque isso é ser gente grande,

E digerir o que escrevo, ainda assim, não é poesia.

O que é poético? Imagético é o amor representado em espúrias palavras.

Abraço o poema, venero o poema e a cada dia reouço suas rimas

Que me surpreendem toda vez.

O que eu sinto? É poético.

E não espere que eu elide o sujeito de um produto poético.

O que eu penso? É poético.

E não espere que eu elide o objeto de um produto poético.

Minha carne? É poética.

E não demoro a lembrar que a posição estelar

dita as mazelas do futuro,

Que escrevem no meu peito os limites de minha existência.

E não espere que eu não diga, aos senhores da vida,

Que meu coração erra as batidas no azul de um certo olhar.

Minha alma? É poesia.

Matheus Guaraná
Enviado por Matheus Guaraná em 31/07/2023
Reeditado em 31/07/2023
Código do texto: T7850658
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