Diário da ceifadora

Olá, querido folgário. Você nunca poderia ser meu diário, não escrevo em dias, dias não existem para mim. Hoje...eu ceifei almas e uma alma. Como sempre, quase tudo monótono. Uma alma era...reflexiva. E os dois espelhos de sua face refletiam a chuva. Ela tinha alguns poucos elos, e um especial com uma pessoa. A pessoa parecia, diante dos espelhos, uma espécie de entidade. Ela sempre aparecia quando estava chovendo no mundo. No mundo de fora...e no mundo de dentro daquela pobre alma (agora devidamente ceifada). Escrevo pobre alma por escrever, mas como sabes...meu querido folgário, não me importo com os humanos. É o único hobby que tenho relatar suas peculiaridades. Continuando: Uma alma via em seus espelhos uma entidade que aparecia junto com as chuvas. Um dia ela parou de aparecer. "Por que... por que a chuva parou? O mundo secou ou eu o transformei em um deserto?". A única entidade que ele realmente pode sentir escreveu sobre ele e sua melancolia. Pobre alma...não que eu ligue pra elas. Até a próxima, querido folgário.