Flores de papel
Construi um muro de flores coloridas, papeis recortados em formato de vida em todo o medo que me rodeava. Em um relance, foram se desgrudando dos lugares que havia posto-as, e quando me vi, estava recolocando-as com faixas adesivas. Meus sonhos agora estavam sustentados pelas pequenas fitas que havia usado.
Queria poder fazer dos meus dias iguais os de hoje, infinitos sem preocupações ou angustias, poder andar na velocidade do mundo com o ritmo da natureza e não a do homem. O céu estaria azul e o sol brilhante e assim eu escreveria o que deveria te amaria até que os meus dias tivessem por terminar sobre a terra, e saberia que tudo em seu fim, ficaria bem pelo fato da sua existência.
Uma boa escritora perdida nos cantos da sua própria imaginação, buscando refugio nas letras, um dom convertido em peso, a responsabilidade do saber preso naquelas flores de papel, sonhos tão pesados que nem o mais forte aço conseguiria sustentá-los.