NA CONTRAMÃO

Nesta sociedade tudo é permitido

Trair, roubar e até matar

Só não pode numa rua de mão única

Para os dois lados olhar

Este era o drama de Mario

Que sempre escondeu sua fobia

Mas fora pego em flagrante

Quando atravessava a rua um dia

A partir daí sua vida

Tinha se tornado um inferno

Quem age com tamanha prudência

Nunca é levado a serio

Assim perdeu alguns amigos

E até parte de sua clientela

Porque isto era coisa de comunista

O anarquista niilista de merda

Bem que ele tentou convencer

A todos que estavam enganados

Mas não tinha como atravessar

Sem olhar para os lados

Tinha que dar o braço a torcer

E mesmo sendo um ser idôneo

Achavam que o melhor caminho

Era ele se trancar num manicômio

E sem resistir à pressão

E totalmente transtornado

Seguiu para rua de mão única

Para provar não ser retardado

E se aproveitando do impulso

Só olhou no lado da mão

Mas fora atropelado por um bêbado

Que vinha na contramão.

kakaos
Enviado por kakaos em 17/03/2013
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