NA CONTRAMÃO
Nesta sociedade tudo é permitido
Trair, roubar e até matar
Só não pode numa rua de mão única
Para os dois lados olhar
Este era o drama de Mario
Que sempre escondeu sua fobia
Mas fora pego em flagrante
Quando atravessava a rua um dia
A partir daí sua vida
Tinha se tornado um inferno
Quem age com tamanha prudência
Nunca é levado a serio
Assim perdeu alguns amigos
E até parte de sua clientela
Porque isto era coisa de comunista
O anarquista niilista de merda
Bem que ele tentou convencer
A todos que estavam enganados
Mas não tinha como atravessar
Sem olhar para os lados
Tinha que dar o braço a torcer
E mesmo sendo um ser idôneo
Achavam que o melhor caminho
Era ele se trancar num manicômio
E sem resistir à pressão
E totalmente transtornado
Seguiu para rua de mão única
Para provar não ser retardado
E se aproveitando do impulso
Só olhou no lado da mão
Mas fora atropelado por um bêbado
Que vinha na contramão.