Idílio

Foi só o tempo de recostar no travesseiro macio, e as pálpebras fecharam como cortinas de teatro. Mas o idílio estava só começando. Entre névoas rosadas e um cantar de anjos, depositei meu coração rubro, enfeitado de asas, a bordo de um pequeno barco, icei as velas, dei partida, conforme o que dissera a voz em meus ouvidos. Junto dele, uma carta enigmática, onde só uma alma pura seria capaz de ler. O seu destinatário espera por ela a uma infinidade de séculos. Deixei que os ventos o levassem, pois eles sabem o destino dos que se amam.