A arte da viajosidade, brincando com folhas de papel.


Folha em branco

Um dia, sabe lá o porquê, ela resolveu colocar as coisas em uma folha de papel. Colocou seus olhos no papel e viu que poderia fazer qualquer coisa naquele espaço em branco. Então...fez seu mundo, fez suas crenças, seus valores, sua vida. Tudo no papel. Ela conseguiu colocar muita coisa em um pedaço de papel, na minha humilde opinião. Não que ela importe em algum momento.
Bem, e aí? Aí lembraram-na no meio do processo que ela só estava colocando coisas boas, e... infelizmente, a vida não é feita apenas delas. Como não queria misturar as coisas, virou o papel e lá colocou as coisas ruins. Eram muitas. Quase extrapolaram o espaço. Depois virou as coisas ruins pra baixo e continuou a colorir as coisas boas. E "esqueceu do outro lado do papel", apesar de lembrar de sua existência. Um dia, ela terminou de pintar.
Percebeu uma coisa: apesar de saber que estavam lá, sabia que não podia colocar completamente uma coisa no papel. Botou os sentimentos de volta no peito. A folha continuou em branco.