Voyeurismo intelectual.

Olhar as janelas era o prazer do homem solitário. Não queria observar sexo nem corpos nus, não, ele queria ver as pessoas assistindo televisão, lendo, comendo.

Nesta observação comprazia-se, pensando nas vidas diversas que as janelas ofereciam.

Vidas tristes, alegres, vazias, vidas plenamente vividas, ou perigosamente adormecidas.

O clímax do intelectual ato solitário era imaginado e com volúpia jogado no livro que escrevia.

Cada dia novas vidas a serem sugadas, como vampiro de emoções alheias.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 10/05/2011
Reeditado em 27/02/2021
Código do texto: T2962275
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.