O sonhador.

Julgava-se esperto e imbatível. Intelectualmente superdotado, escapava da realidade em fórmulas verbais e intelectuais pretensamente infalíveis.

Pobre ser inocente e incoerente que vivia à deriva do trivial. Da solidão recorrente onde buscava refúgio, entre livros e descobertas geniais, sonhava com um mundo melhor.

Quando foi atingido na frágil couraça que tecera com as ilusões vencidas, apavorado confrontou-se: o mal existia, mesmo que na pureza dos anjos expulsos do paraíso não tivesse percebido.

O escárnio veio no reverso do que acreditava ser intocável e puro. Eis que a pessoa em que confiava era a mesma que agora o desprezava.

Era a vitória da nua realidade sobre um pobre sonhador.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 08/06/2011
Código do texto: T3022492
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