Aldeola

Não se ouvia choro no velório. A criatura, tida como má, negava até água aos viandantes. Quarenta anos aproximadamente. Morrera, na suposição dos poucos entendidos da aldeia, de um enfarte fulminante. Suspeitava-se que escondesse uma gravidez. Nos minutos que precederam o fechamento do caixão, a filha mais jovem passou a mão pelo abdômem da mãe e percebeu a luta da criaturinha para se libertar. Não fez alarde. Estava ansiosa para que tudo terminasse e pudesse estrear seu lindo vestido preto.