QUE SUSTO!
 

 
Por causa do denso fog, mal víamos um palmo adiante do nariz ao caminhar pelas ruas quase desertas naquela noite de inverno londrino. Tudo parecia fantasmagórico. O que eu mais queria era chegar logo ao metrô que nos deixaria bem perto de casa. Apressamos o passo, entramos na estação iluminada. Que alívio, pensei. Porém, descemos várias escadas e andamos por longos corredores sem cruzar com ninguém. Tampouco viva alma na plataforma, só nós dois ali a esperar. O barulho do trem se aproximando me deixou animada, mas quando a porta se abriu, dei um grito. Tão alto que minha voz ecoou. Não me contive diante daquele rapaz de mantô preto, a cara lívida, os cabelos verdes engomados para o alto. Parecia um vampiro chegado diretamente da Transilvânia, ou saído de um filme de Polanski...
 
Felizmente ele desceu sem abrir a boca e pudemos entrar no vagão. Tremendo de medo.
 




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