O Rato Critico
Minha prima uma vez me presentou
Com um rato crítico
Um ser que quando não gostava de uma obra
Mostrava um terrível bico
Em caso contrario
Deleitava-se em serenidade
Quando sentia numa obra
Uma certa qualidade
Era doce vê-lo deleitar
Ao recitar de Machado e Augusto dos Anjos
Ao som de Villa Lobos
Albinoni, Chico e Caetano
Do contrario ele mostrava
Um bico imundo
Ao recitar de alguns acadêmicos
Ou um pagode vagabundo
Um dia tomei coragem
E um poema meu recitei
Logo um grande bico
No rosto do rato notei
Naquele momento me achei
Um poeta sem talento
Mas decidir me empenha
Para convencer o crítico rabugento
Logo convencer o rato
Virou uma obsessão extrema
Tentei de todo jeito
Melhorar o meu poema
Mas sempre via frustrado
Todo o meu objetivo
Vendo sempre o rato mostrar
O seu terrível bico
Com o tempo o rato
Entrou no campo da humilhação
Bastava eu recitar meu poema
E ele se matava de rir no chão
Mal sabia o roedor
Que seu ato era burro
Pois uma vida perder valor
Quando abusa do insulto
Até que um dia em que me gozava
Fazendo biquinho e rolando no chão
A minha avó que estava de visita
O pegou de supetão
E o acertou com a vassoura
Num fulminante golpe
Eu poderia ter salvado tal preciosidade
Mas a vingança pulsou mais forte.