O Rato Critico

Minha prima uma vez me presentou

Com um rato crítico

Um ser que quando não gostava de uma obra

Mostrava um terrível bico

Em caso contrario

Deleitava-se em serenidade

Quando sentia numa obra

Uma certa qualidade

Era doce vê-lo deleitar

Ao recitar de Machado e Augusto dos Anjos

Ao som de Villa Lobos

Albinoni, Chico e Caetano

Do contrario ele mostrava

Um bico imundo

Ao recitar de alguns acadêmicos

Ou um pagode vagabundo

Um dia tomei coragem

E um poema meu recitei

Logo um grande bico

No rosto do rato notei

Naquele momento me achei

Um poeta sem talento

Mas decidir me empenha

Para convencer o crítico rabugento

Logo convencer o rato

Virou uma obsessão extrema

Tentei de todo jeito

Melhorar o meu poema

Mas sempre via frustrado

Todo o meu objetivo

Vendo sempre o rato mostrar

O seu terrível bico

Com o tempo o rato

Entrou no campo da humilhação

Bastava eu recitar meu poema

E ele se matava de rir no chão

Mal sabia o roedor

Que seu ato era burro

Pois uma vida perder valor

Quando abusa do insulto

Até que um dia em que me gozava

Fazendo biquinho e rolando no chão

A minha avó que estava de visita

O pegou de supetão

E o acertou com a vassoura

Num fulminante golpe

Eu poderia ter salvado tal preciosidade

Mas a vingança pulsou mais forte.

kakaos
Enviado por kakaos em 22/02/2013
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