Ela...

Quem era ela, afinal?

Tinha-a ali, sentada ao seu lado, no carro. Tinha-a em sua cama. Tinha-a como companheira há tantos anos, mas continuava quase indecifrável para ele.

Agora, naquele momento, ali estava ela... Seu olhar vagava pelo céu que se refletia em seus olhos claros. Esses olhos, pelos quais um dia se apaixonara. Olhos, às vezes trágicos, outras vezes travessos, mágicos, imperscrutáveis, mas sobretudo belos em seus movimentos ensaiados ou espontâneos, nunca o saberia.

Tudo nela parecia-lhe volúvel. Somente a ternura que provocava, esta sim, era intensa e perene.

Um dia, talvez, descobrisse a magia que dela emanava e conseguisse desencantar-se...