Dama de negro
As borboletas como as rosas nas poucas horas de vida,mais vivem que as ostras,as pedras; mas a fragilidade cabe ao medo, correntes,muralhas,as grades invisíveis d'alma, o nada existente pleno.
Tal qual vive a dama de negro; a que o sol não toca, a quem a escuridade acompanha,a que não se escuta. Fechada em si mesma,anônima;quando o único humano é ela mesma,quando a vida que respira a sua volta, são as árvores e as flores cultivadas.
Diante do medo de tudo e de todos, que a mantém n' autista mundo,capaz de ouvir o som das folhas ;posto que o silêncio lhe basta
Morrendo nas horas.