Destemida!

Terça-feira. O marido iria ficar fora por uma semana. Deu várias instruções, preocupado com a segurança dela, ficaria sozinha pois os filhos estudavam em outras cidades.

Preocupado como se ela fosse uma donzela de vários séculos passado, como se ela não trabalhasse fora, como se desconhecesse os perigos da cidade grande, ela o escutou em silêncio, afinal parecia ser inerente dele ser assim.

Sexta-feira. Ficara fora o dia todo, a casa vizinha estava em reforma e o barulho das marteladas estavam a deixando louca.

Pega as coisas para um banho bem demorado, sem se preocupar com horários e... encontra um camundongo dentro do box!

Tremendo muito, sai, tranca a porta do banheiro por fora (não, não pergunte o por quê), e arranca as páginas da revista semanal que ainda não havia lido e veda a fresta da porta.

Fica séculos parada, estática de medo, sem saber o que fazer.

Escuta um barulho qualquer e começa a ficar paranoica...se entrou um, pode ter outros zanzando pelos quartos, cozinha. Pensa em sair de casa e ir para um hotel até o marido voltar.

Expulsa pelos ratos!

A sorte dela é que o filho mais velho herdou os genes do pai e volta para casa para ver como a mãe está.

O camundongo do box?

Pelo relato que ouviu, porque não quis ver, já estava morto, cinzento e media uns enormes dez centímetros. Ela não permitiu que fosse jogado na lixeira de casa, o rapaz o levou dentro de um saco plástico de supermercado até a uma caçamba, bem longe da casa.

Na semana seguinte, o marido pergunta: "Você iria deixar um rato morto apodrecendo no banheiro até eu voltar?"

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lilla wood
Enviado por lilla wood em 10/08/2013
Código do texto: T4428202
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