Lingerie preta
 
 
     Na sala, juntos riam, falavam alto, ouviam música, até incomodavam os vizinhos. No terraço as malas prontas aguardavam o amanhecer. De repente, no andar de cima alguém grita pedindo uma garrafa de bebida quente. No final da madrugada portões foram abertos para que os veículos pudessem deixar o local.

      O sol despontara no horizonte.

   Na sala, pouca conversa se ouvia, abafada pelo tilintar dos talheres. Um silêncio inexplicável baixou sobre o ambiente. Na janela do segundo andar vestígios da lingerie preta, comprada para a viagem. Fios de cabelo estavam no assoalho.

    O motorista da família, que era também uma espécie de governante nas horas vagas, sonolento, jogava dominó com outros serviçais.

O sinal toca... é hora de recomeçar.
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Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 05/12/2013
Reeditado em 12/02/2018
Código do texto: T4599268
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