DUPLA FACE

Hoje acordei pensando nas duas faces do deus Junus, uma que olha para frente e outra que olha para trás,  ou melhor, no significado que Montaigne acreditava representar: que a criança olhe para frente  e o adulto para trás. E, embora, a minha filosofia de vida prenda-se ao presente, meu espírito vez por outra, contrariando este meu modo, dá os seus mergulhos no passado. Ai, vez por outra,  permito um  “certo desregramento, deixando o espírito divertir-se com fantasias de outro tempo”. É como se seguisse  as pegadas  de Marcial, que deixou dito: gozar o passado é viver duas vezes a própria vida.




 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 16/07/2014
Reeditado em 16/07/2014
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