Fumando Borboletas

Sofro eu de uma crise existencial no meio da fumaça que me rodeia. Sentada no chão, sem roupa, nua em pelo, cabelo espetado na cabeça, desejo incontrolável de solidão. As paredes a minha volta carregam seus escritos em carvão, incompreensíveis. Paladinos do diabo, eles mo dizem. Quão difícil é encontrar a solidão já estando sozinha? Meus versos berram em meus ouvidos, o ar carregado de energia colorida. Não, eu preciso calar a voz da minha consciência, que não se furta em me gritar meus medos e temores. Ela, a consciência, me dá o problema e a solução. A morte é sua solução barata, mas se eu puder optar pelo mal que me consome, prefiro postergá-la. Pego outra borboleta do pote, enrolo num canudo fino, meto fogo na ponta e ponho-me a fumar. Fumando borboletas vou de encontro ao meu mais profundo desejo, paz.

Edivana
Enviado por Edivana em 16/12/2014
Código do texto: T5071506
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