Na luz

Josias acreditava que tinha alguma luz especial. Um dom, uma dádiva exclusiva.

Amargou uma infância pobre, mas resistiu ao assédio das más companhias e da realidade paralela.

Ganhava seu quinhão como gari.

No entanto, com um livro comprado no sebo outro retirado de biblioteca ia se iluminando.

Um clarão de dois olhos enormes sepultou suas reflexões.

O caminhão de lixo havia dado ré e o prensado contra uma parede.

Morreu sem direito a um grito e à inscrição na lápide como tinha pensado: Aqui jazia Josias.

Ricardo Mainieri
Enviado por Ricardo Mainieri em 12/01/2015
Reeditado em 12/01/2015
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