CÉU DE BAUNILHA - A SAGA DE ARMANDO - Cap. 18

Da janela gradeada na delegacia, HELENA via flores coloridas. O céu da Espanha fazia aquelas flores ficarem ainda mais lindas e vibrantes, como uma composição artística de Gaudí.

Na sua cela, porém, os ramalhetes diários que recebia, a emocionavam mais.

Desde que abrira a mensagem pelo whatsapp, descobrira que era o amor da vida de um homem. Um homem que queria ser só dela. Um amor que ela nunca teve antes.

Cansada de anos de ilusões ao lado de Armando, Helena só esperava ser liberada para voltar ao Brasil.

Os policiais espanhóis haviam ido ao hospital onde Armando estava internado, para colher o seu depoimento. Ele, com uma inédita grandeza, afirmara que o tiro havia sido acidental, isentando Helena de qualquer culpa.

Após todos os arranjos burocráticos, Helena estava livre. Saiu vestida de branco. O vestido era novo, dado por seu futuro marido. As carcereiras, sabendo do seu romance, haviam lavado e perfumado o vestido com baunilha, para a ocasião especial.

Lá fora, um carro reluzente com o seu novo amor a esperava. Antes de partir ela olhou mais uma vez a mensagem nunca apagada do seu celular:

" Minha querida Helena, eu me apaixonei por você desde que entrou na minha vida, tentando encontrar Armando. Nunca entendi como três lindas moças pudessem aceitar dividir um homem. Eu jamais dividiria a mulher que amo, e com quem vou casar.

Seu, para toda a vida. Delegado Fernando Pontes."

Naquela mesma tarde, enquanto Helena e Pontes embarcavam para o Brasil, uma pessoa atravessava cuidadosamente o corredor do hospital. Por onde passava ouvia-se apenas um som seco de metal batendo contra o granito rosa do piso.

Iolandinha Pinheiro
Enviado por Iolandinha Pinheiro em 03/11/2015
Reeditado em 18/03/2016
Código do texto: T5436271
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