a curva




 
Pode ser de carro, a pé, a cavalo, moto ou bicicleta. Pode ser, também de barco. Quando nos deparamos com a curva, sentimos que estamos retornando. Mesmo pequena é como se ela atrasasse a chegada do viajante ao seu destino. Todavia, todo viajante, não importa aonde vai, precisa da curva, pois a viagem em eterna linha reta é insuportável. É como se não quiséssemos chegar ao fim da viagem, ou pelo menos retardar ao máximo. A curva dá a oportunidade ao viajante de refletir, repensar, redefinir. Fatigado do movimento retilíneo, ele retorna ao passado, nem que seja breve a curva. É doloroso ver o horizonte o tempo todo, pois lá pode ser o fim.
     Contudo o viajante não alcançará o horizonte, pois ele se afasta. Enxuga o suor do rosto e continua a viagem, agradecendo as inumeráveis curvas em seu caminho.


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