Chuva

Ao cessar, os pássaros gorjeiam, a poeira se retira, o ar enfadado pela quentura do sol entende que é hora do recreio, o vento respira a fluidez da filtração, folhagens verdejantes farfalham, insetos salpicam alegria sobre a relva molhada, os telhados silenciam, camas e travesseiros bocejam, a secura sai de mansinho à procura de um gole de água, gargantas umedecem, sorrisos debruçam nas janelas, cidades renascem e aviõezinhos de papéis pousam nos aeroportos das recordações.

Chuva mansa ou feroz, ruidosa ou silenciosa, em qualquer dia, em qualquer hora, venha aos sensíveis, retire a estupidez dos selváticos, encharque a Terra de luz, a inunde de paz sem demora!

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 03/03/2017
Reeditado em 04/03/2017
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