Chuva
Ao cessar, os pássaros gorjeiam, a poeira se retira, o ar enfadado pela quentura do sol entende que é hora do recreio, o vento respira a fluidez da filtração, folhagens verdejantes farfalham, insetos salpicam alegria sobre a relva molhada, os telhados silenciam, camas e travesseiros bocejam, a secura sai de mansinho à procura de um gole de água, gargantas umedecem, sorrisos debruçam nas janelas, cidades renascem e aviõezinhos de papéis pousam nos aeroportos das recordações.
Chuva mansa ou feroz, ruidosa ou silenciosa, em qualquer dia, em qualquer hora, venha aos sensíveis, retire a estupidez dos selváticos, encharque a Terra de luz, a inunde de paz sem demora!