CATAPULTA

Sobre a cama rodeada pela prole em burburinho, o velho moribundo se ardia por dentro ao observá-la, com suas dissimulações e futilidades se digladiando afavelmente entre si. Não se contendo, quebrou a pedra que guardava seu silêncio e disparou reprimendas engolidas por anos, em todas as direções, tal catapulta desgovernada. Depois, exausto, findou-se, dizendo apenas: “Que vergonha!”

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 30/10/2017
Reeditado em 02/11/2017
Código do texto: T6157280
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