AVE SEM NINHO

Contava com ajuda, não vinha. Andava então a esmo, finais de semana marcados pelos gibis que compraria com o jornal do tio. Todos sabiam de sua situação, mas prosseguiam com os afazeres, crianças de onze anos não têm importância. Havia algo de errado, até mesmo os pardais, ao final da tarde, recolhiam-se nas acácias do cemitério, o último pio era emitido com o derradeiro raio de Sol: Para ele não havia acácias nem Sol, apenas a escuridão do cemitério.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 21/11/2019
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